Fetiches, Propostas e Verdades
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Fetiches, Propostas e Verdades
Fetiches, Propostas e Verdades
O cheiro de sexo e morte era cada vez
mais forte, o corredor estava escuro, iluminado apenas por uma luz verde no fundo
de um quarto entreaberto, era o bordel mais sujo e repugnante em que Paulo já
esteve. Andava lentamente sobre o chão de madeira que rangia tão alto que era
possível se ouvir do quarto onde uma puta o esperava. Desde quando fizera 15
anos, Paulo tinha fetiche por sexo com tortura, ele acabava de cruzar a porta
do quarto, a cama velha e minúscula tinha correntes presas a ela, a mulher
estava totalmente nua, somente com uma mascara de couro preto com aberturas
para os olhos e a boca, ele olhou para ela, era pálida e magra, os seios de uma
mulher já desgastada, apostou consigo mesmo que ela tinha quase 40 anos. Paulo
despiu-se, o corpo magro e esguio chegava a ser assustador, cheio de ferimentos
e cicatrizes, algumas de automutilação, outras de fetiches sexuais. Paulo ainda
não sabia, mas o diabo o estava ali, naquele exato momento, naquele mesmo
quarto.
A mulher aproximou-se e prendeu Paulo à
cama, e então começou mais uma de suas muitas fantasias, cortes, enforcamento,
sexo, tortura, muito sexo e um inacabável fluxo de sonhos e pensamentos
orgásticos, o que para muitos seriam apenas bizarrices, para Paulo e o diabo que
o observava, era arte, a mais pura arte, a arte de embriagar-se de sangue, sexo
e dor, e para o diabo, Paulo era o maior dos artistas dessa arte obscura.
A cena era ambientada por uma trilha
sonora pesada, um metal tão obscuro quanto o sexo, Paulo admirava a dama sobre
ele, um súbito piscar de olhos, a musica parou, outra tão suave e melódica
invadiu o lugar, o coro suave de mil anjos mortos invadia a mente de Paulo, a
mulher, estava parada, petrificada, Paulo se desprendeu e saiu debaixo dela:
-Saudações Paulo- Disse o diabo, vindo
das sombras- eu realmente sou um grande fã.
-Quem é você? Onde você tá?- Paulo ainda
não tinha o visto, estava histérico- Aparece!
-Aqui atrás- o diabo disse suavemente em
quanto Paulo se virava- perdoe-me, não me apresentei, pode me chamar de Pai, de
fato, eu não sou seu pai, eu sou o diabo, eu estava lá, no dia de sua
concepção, desculpe minha indelicadeza, mas sua mãe era uma delicia.
Paulo analisou, não era como ele sempre
imaginara, o diabo era um homem alto, um cavanhaque perfeito, o rosto maduro e sedutor,
cabelo liso, curto e penteado, trajava um terno preto, mesmo um homem diria que
ele era lindo, parecia ser bem humorado, Paulo não sentia nem um pouco de medo,
só uma ansiedade enorme, era o diabo, o momento pelo qual sempre esperou:
-Então, o que faz aqui?- perguntou
Paulo.
-Pra falara verdade, eu sempre estive
com você, sempre observei sua mente doentia, você é o mestre na arte do
fetichismo e da dor, e hoje eu vim lhe fazer uma proposta.
-Diga então sua proposta.
-Ainda é cedo para isso, aceita uma
bebida?
O Diabo nem ao menos esperou a resposta,
e de repente os dois estavam em uma taberna, obscura e deserta, estavam
sentados, um de frente para o outro, e então eles começaram a beber. O diabo
amigavelmente disse:
-Paulo, já deve ter percebido que tenho
um grande interesse em você, eu quero que me conte sua historia, na verdade, eu
sei sua historia, mas eu gostaria de conhecê-la sob seu ponto de vista, então,
comece.
Paulo estava tímido e relutante
inicialmente, mas logo se soltou, e começou:
-Bom, desde que me entendo por gente eu
tenho sonhos e pensamentos obscuros, pensamentos que nem eu entendo, aos 15
anos me tornei viciado em sexo e flagelação, eu sempre quero me punir por algo,
talvez algo que eu não fiz, ou que fiz e me esqueci, eu trabalho em uma
lanchonete, não ganho mais que o suficiente para comprar drogas e sexo, sou a
pessoa mais moribunda que conheço.
-Moribundo? Não, você é um gênio,
simplesmente deixou fluir da maneira certa, você não tem arrependimentos, não
é? Foi o que eu pensei, mas responda-me uma coisa, onde estão seus pais?-
Perguntou o diabo com um tom provocante...
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O cheiro de sexo e morte era cada vez
mais forte, o corredor estava escuro, iluminado apenas por uma luz verde no fundo
de um quarto entreaberto, era o bordel mais sujo e repugnante em que Paulo já
esteve. Andava lentamente sobre o chão de madeira que rangia tão alto que era
possível se ouvir do quarto onde uma puta o esperava. Desde quando fizera 15
anos, Paulo tinha fetiche por sexo com tortura, ele acabava de cruzar a porta
do quarto, a cama velha e minúscula tinha correntes presas a ela, a mulher
estava totalmente nua, somente com uma mascara de couro preto com aberturas
para os olhos e a boca, ele olhou para ela, era pálida e magra, os seios de uma
mulher já desgastada, apostou consigo mesmo que ela tinha quase 40 anos. Paulo
despiu-se, o corpo magro e esguio chegava a ser assustador, cheio de ferimentos
e cicatrizes, algumas de automutilação, outras de fetiches sexuais. Paulo ainda
não sabia, mas o diabo o estava ali, naquele exato momento, naquele mesmo
quarto.
A mulher aproximou-se e prendeu Paulo à
cama, e então começou mais uma de suas muitas fantasias, cortes, enforcamento,
sexo, tortura, muito sexo e um inacabável fluxo de sonhos e pensamentos
orgásticos, o que para muitos seriam apenas bizarrices, para Paulo e o diabo que
o observava, era arte, a mais pura arte, a arte de embriagar-se de sangue, sexo
e dor, e para o diabo, Paulo era o maior dos artistas dessa arte obscura.
A cena era ambientada por uma trilha
sonora pesada, um metal tão obscuro quanto o sexo, Paulo admirava a dama sobre
ele, um súbito piscar de olhos, a musica parou, outra tão suave e melódica
invadiu o lugar, o coro suave de mil anjos mortos invadia a mente de Paulo, a
mulher, estava parada, petrificada, Paulo se desprendeu e saiu debaixo dela:
-Saudações Paulo- Disse o diabo, vindo
das sombras- eu realmente sou um grande fã.
-Quem é você? Onde você tá?- Paulo ainda
não tinha o visto, estava histérico- Aparece!
-Aqui atrás- o diabo disse suavemente em
quanto Paulo se virava- perdoe-me, não me apresentei, pode me chamar de Pai, de
fato, eu não sou seu pai, eu sou o diabo, eu estava lá, no dia de sua
concepção, desculpe minha indelicadeza, mas sua mãe era uma delicia.
Paulo analisou, não era como ele sempre
imaginara, o diabo era um homem alto, um cavanhaque perfeito, o rosto maduro e sedutor,
cabelo liso, curto e penteado, trajava um terno preto, mesmo um homem diria que
ele era lindo, parecia ser bem humorado, Paulo não sentia nem um pouco de medo,
só uma ansiedade enorme, era o diabo, o momento pelo qual sempre esperou:
-Então, o que faz aqui?- perguntou
Paulo.
-Pra falara verdade, eu sempre estive
com você, sempre observei sua mente doentia, você é o mestre na arte do
fetichismo e da dor, e hoje eu vim lhe fazer uma proposta.
-Diga então sua proposta.
-Ainda é cedo para isso, aceita uma
bebida?
O Diabo nem ao menos esperou a resposta,
e de repente os dois estavam em uma taberna, obscura e deserta, estavam
sentados, um de frente para o outro, e então eles começaram a beber. O diabo
amigavelmente disse:
-Paulo, já deve ter percebido que tenho
um grande interesse em você, eu quero que me conte sua historia, na verdade, eu
sei sua historia, mas eu gostaria de conhecê-la sob seu ponto de vista, então,
comece.
Paulo estava tímido e relutante
inicialmente, mas logo se soltou, e começou:
-Bom, desde que me entendo por gente eu
tenho sonhos e pensamentos obscuros, pensamentos que nem eu entendo, aos 15
anos me tornei viciado em sexo e flagelação, eu sempre quero me punir por algo,
talvez algo que eu não fiz, ou que fiz e me esqueci, eu trabalho em uma
lanchonete, não ganho mais que o suficiente para comprar drogas e sexo, sou a
pessoa mais moribunda que conheço.
-Moribundo? Não, você é um gênio,
simplesmente deixou fluir da maneira certa, você não tem arrependimentos, não
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