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Capitulo 1: Volta as aulas

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Mensagem por Valéria Ter 29 Jan 2013, 04:06

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Mensagem por † Bia † Ter 29 Jan 2013, 15:26

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Mensagem por Convidado Qua 30 Jan 2013, 11:38

Capítulo 10: Surpresas.
Depois de algum tempo, nós cansamos de dançar e ligamos a TV bem a tempo de começar um filme de terror, que todas concordamos em assistir, menos Rita, que não gostava desse tipo de filme e se ofereceu para fazer a pipoca. Eu fiquei bastante aliviada por assistir um filme legal, porque pensei que elas fossem dessas meninas que só assistem filmes bestas de romance, mas elas me surpreenderam. Mais de meia hora depois, Rita voltou com os dois braços ocupados e trazendo duas tigelas enormes, uma com pipoca doce e outra com salgada.


–Nossa Rita, não precisava demorar tanto… -Lily resmungou, pegando a tigela de pipoca salgada e Rita se sentou ao meu lado com a outra.

–Eu queria fazer pipocas gostosas, precisava demorar!

–Claro, estar morrendo de medo do filme e se esconder na cozinha nem passava pela sua cabeça, né? -Eu perguntei rindo debochada e ela fez uma careta antes de negar e encher a boca de pipoca.

Pobre Rita, tinha passado toda a parte leve do filme na cozinha e agora que começavam as piores cenas, ela estava de volta. Era daqueles filmes bem clichês, onde os mocinhos estão em uma casa mal-assombrada e de repente começam a acontecer coisas estranhas. Aquela música aterrorizante de suspense já havia começado a tocar e, enquanto uma menina assustada olhava para o aspecto fúnebre da sala onde estava, um vento sombrio entrava pelas janelas balançando as cortinas brancas e apagando todas as velas que iluminavam o local. Em seguida, um som incômodo de porta rangendo se ouvia e ela olhava para trás amedrontada, o tom da música de suspense aumentando cada vez mais e nós estávamos encolhidas, mais apreensivas que a própria personagem, esperando pelo pior. Até que a porta ao nosso lado se abriu subitamente e um grito ameaçador invadiu o quarto.

–Ei!

Nós gritamos como loucas e, com o susto, Rita havia jogado sua tigela de pipoca para o alto, que caiu como um chapéu em cima da cabeça de Polly.

–CYNTHIA -Lily gritou nervosa -O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AÍ?

–A festa tava chata demais e vim embora! -Ela respondeu, rindo daquela cena -Sabe, eu iria ficar quieta no meu quarto se todos os meus discos não tivessem sumido de lá…

–Como se você fosse ouvir algum deles agora né? -Lily reclamou bufando

–Ai Cyn, não é possível que a festa estivesse tão chata assim… -Polly também estava com um tom de voz nervoso, mas não tanto pelo susto e sim porque tirava as pipocas que haviam se enroscado no cabelo dela e eu podia jurar que ela estava pensando que nada poderia ser pior do que acabar com pipoca doce no cabelo em uma festa do pijama -Diz, não aconteceu nadinha de nada lá?

–Na verdade aconteceu sim, mas pelo visto minha irmãzinha não quer que eu estrague a festinha de vocês, por isso vou pegar meus discos e…

–NÃO! -Eu gritei desesperadamente, me jogando entre ela e a pilha de discos do Elvis enquanto ela me olhava surpresa, sem saber o que dizer e eu fiquei sem graça, tentando consertar meu erro o mais rápido possível -É, quero dizer… Deixa aqui, por favor?

–Melhor não tirar o Elvis daí agora, porque ela é brava hein -Rita disse tentando rir, mas sua voz ainda soava falha, pelo susto.

–Então vocês arrumaram uma valentona pra defender vocês é? -Cynthia disse já recuperada da surpresa e me lançava um olhar desafiador, como se não acreditasse que uma visita pudesse ser assim tão insolente.

–Que foi? Não posso ter amigas novas? -Lily perguntava e já parecia incômoda com a irmã metida a tanto tempo em sua área.

–Poder até pode, mas não achava que alguém além dessas duas pudesse aguentar sua chatice… -Ela respondeu dando de ombros e eu tentei abafar uma risada, porque eu pensava a mesma coisa que ela antes de ir parar ali.

–Na verdade eu sou obrigada a aguentar isso até o fim do ano… -Ela me olhou sem entender e Rita logo explicou

–O professor Jones voltou do recesso ainda mais estressado do que já é, disse que os grupos formados na aula não poderiam mais mudar e adivinha quem estava perdida no meio da gente? Como todos os nossos trabalhos acabam em festa, a Polly achou que a gente já deveria chamar a Meggie pra festa do pijama, pra ir se costumando, sabe?

–Coitada! Bem, eu sou Cynthia, você já deve ter ouvido meu nome ser gritado por pessoas estressadinhas hoje… -Ela disse de implicância, se referindo à sua irmã mais nova

–Eu sou Megan. -Tentei dar enfase ao meu nome, na esperança de que ela também não me chamasse de Meggie

–Você gosta mesmo do Elvis, não é Megan? Porque não trouxe seus discos, então? -Pelo visto ela gostava mesmo de implicar com quem quer que fosse, não importando se tinha acabado de conhecer a pessoa ou não.

–Meggie não conhecia o Elvis… -Disse Lily, ainda demonstrando um certo incômodo no tom de voz

–Ela não o quê? -Agora a irmã mais velha dela me encarava como se tivesse ouvido algo impossível de ser verdade e eu logo me perguntei se eu era realmente a única pessoa na face da terra que ainda não o tinha conhecido.

–Ai, não importa! Conta logo TUDO o que aconteceu nessa festa Cyn!! -Polly pediu impaciente enquanto arrancava a última pipoca do cabelo.

–Tá, vou contar… -Ela disse se jogando na cama, sob o olhar reprovador da irmã e nós nos sentamos ao redor dela -Eu saí de lá porque estava de carona e minha amiga brigou com o namorado e quis vir embora mais cedo. Eu queria ficar porque eu estava conversando com um garoto liiiindo -Ela disse a palavra lindo de um modo tão exagerado que até eu fiquei curiosa para saber como ele era. -Mas ela não queria voltar sozinha e me encheu o saco pra voltar… Aí esse garoto, o Charlie, disse que era uma pena eu estar indo embora tão cedo e que queria me ver de novo, então marcou comigo amanhã no cinema!

–Ai Cyn, diz como ele era! -Lily parecia ter se esquecido o quanto detestava sua irmã e já estava interessada na história

–E vocês se beijaram? -Perguntou Polly toda animada

–Ai, foi amor a primeira vista! Acho isso tão lindo! -Rita falava com uma vozinha delicada e sonhadora

–E ele vem aqui te buscar? -Polly voltava a perguntar, já que ela havia ignorado a sua primeira pergunta

–Calma, uma pergunta de cada vez, vocês tão me deixando tonta!

–Bem-vinda ao meu mundo… -Eu disse me identificando mais uma vez, mas agora não tinha abafado o riso.

–Claro que eu não beijei, nem tive tempo e ainda por cima o conheci ontem! E ele não pode vir aqui, vocês ficaram doidas? Como ele é, bom isso vocês vão poder ver com seus próprios olhos amanhã…

–Como é? - Lily perguntou surpresa e desconfiada -Você vai levar a gente pro seu encontro?

–Sim, mas veja bem, só pra despistar a mamãe, quando chegar lá vocês vão assistir outro filme ou fazer o que quiserem pela cidade…

–Humpf! E se a gente não quiser ir?

–Ai Lily, que que custa a gente ir? Além do mais eu tô curiosa! Nós VAMOS Cyn! -Polly disse quase histérica e, depois que pediu mais detalhes, a mais velha ficou lá um tempão contando tudo e eu provavelmente fui a única a cair no sono bem no meio da empolgação delas.

No dia seguinte, pela manhã, as meninas me arrastaram para o salão com, o que eu achei completamente desnecessário, já que o encontro era da Cynthia e não delas. Mas até eu fui obrigada a fazer o cabelo e as unhas com elas e estava imensamente feliz por Richard não estar ali mais uma vez esfregando na minha cara que eu estava adorando aquilo tudo. Quando voltamos para a casa da Lily, achei que depois do almoço estaria finalmente livre de toda aquela frescura, mas foi um grave engano. Além de não me deixarem sequer escolher meu próprio vestido, ainda me encheram de maquiagem, não se importando com o fato de eu estar me debatendo e tentando sair dali. Quando finalmente me dei por vencida, queria olhar no espelho a toda hora, mas elas não deixavam e repetiam inúmeras vezes que ainda não tinham acabado.

–Pronto apressadinha, terminou! -Lily finalmente disse, me olhando como se avaliasse seu trabalho.

–Nossa, ficou linda! -Rita dizia enquanto Polly me puxava da cadeira e ia me empurrando até o espelho. Demorei um tempo para reconhecer aquele reflexo estranho à minha frente. Estreitei os olhos e aquela careta formada involuntariamente me fez rir e ter a certeza de que era eu mesma ali.

No fim da tarde saímos e, chegando perto do cinema, Cynthia nos mostrou o rapaz que estava esperando por ela. Era realmente lindo, tinha os olhos tão verdes quanto o mar e seu cabelo bagunçado jogado para trás, complementando toda a simetria de seu rosto e somado ao seu físico impecável, faziam parecer que ele tinha escapado da tela do cinema para ir assistir ao filme. Eu, e aposto que todas as outras garotas também, ficaria ali por muito tempo só admirando sua beleza, mas fui arrancada dos meus devaneios pela voz de Cyn, que gesticulava exageradamente e parecia um pouco nervosa, mas quem não estaria, indo se encontrar com um garoto lindo como aquele?

–Agora vão, vão! Me encontrem em frente ao chafariz da praça às 7 e se me virem por aí antes disso nem pensem em falar comigo, não quero que ele pense que ando cercada de crianças!

–Ei, eu não sou criança! -Lily disse irritada, mas sua irmã sequer ouviu e já caminhava apressadamente até o rapaz.

–Nossa, ele é…

–Perfeito! -Polly completou a frase por mim

–Ela é uma sortuda! -Rita dizia quase suspirando -Quem me dera ser como ela…

–Pelo visto é hoje seu dia de sorte, Rita! -Lily disse cutucando a amiga e apontando em uma direção logo a frente.

–Ai não! Vamos embora daqui! -Ela disse desesperada, enquanto eu e Polly olhamos curiosas para ver do que elas falavam.

–Achei que você gostasse dele, Rita -Eu disse, fitando Paul, que caminhava sem rumo pela praça.

–Sim, eu gosto, mas… Vamos embora logo!

–Se você gosta deveria ir lá falar com ele, oras!

–A Meggie tem razão, Rita, vai lá! -Polly incentivou maldosamente

–Vem Rita!

Eu não entendi muito bem essa lógica de gostar de alguém e sair correndo, mas eu tinha sido arrastada para lugares demais desde que havia aceitado passar o fim de semana com elas e agora era a minha vez de impor alguma coisa. Segurei seu pulso, usando toda minha força para puxá-la na direção dele, mesmo que ela relutasse.

–Megan, para com isso, volta aqui com ela! -Lily disse rindo, achando que eu iria parar, mas nem dei ouvidos, continuei arrastando Rita e ela estava tão assustada que nem conseguia falar, apenas tentava parar de andar, mas era umas tentativa inútil, porque eu estava determinada a levá-la até ele.

–Olha, se fosse você eu andava direito, o que ele vai achar se perceber que você fica tão incomodada ao chegar perto dele?

Ela soltou um gritinho agudo, que provavelmente era uma tentativa de dizer não, ou para pelo amor de Deus e olhou para trás, como se estivesse pedindo ajuda às amiga. Mas quando ela percebeu que Paul já tinha nos visto, parou de agir como boba e começou a andar normalmente.

–Pronto Megan, feliz? -Ela murmurou entredentes

–Agora sim! -Respondi baixinho e sorri satisfeita -Ei, Paul!

–Olá meninas! -Ele parou de andar e nos olhava confuso, como se esperasse que explicássemos de onde o conhecíamos, mas parece que ao ver Lily Powell se juntando a nós, entendeu tudo.

–Ah, vocês são do Liverpool Institute, né?

–Somos sim. -Eu respondi, visto que nem Polly se atrevia a falar com ele, o que era estranho, porque ela sempre se animava para tudo. –Você tá aqui sozinho? -Perguntei curiosa, porque era de se esperar que ele também tivesse um encontro sábado à noite como Cyn, já que ele era tão popular na escola.

–É, não tinha nada pra fazer em casa e resolvi dar um as voltas, sabe? Como se chamam?

–Eu sou Megan e essas são minhas amigas, Polly, Rita e Lily. -Apresentei até a Lily, como se isso fosse realmente necessário e houvesse alguém na escola que não soubesse seu nome.

–Legal encontrar vocês por aqui! O que acham de tomar sorvete pra gente se conhecer melhor e tal?

–Nós adoraríamos! -Lily se apressou em dizer sorridente, afinal era uma vergonha que a menina mais antissocial que ela conhecia fosse a única do grupo que, mesmo tendo acabado de chegar, já estava ali conversando abertamente com Paul McCartney.

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Mensagem por Valéria Qua 30 Jan 2013, 20:43

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Mensagem por † Bia † Qua 30 Jan 2013, 22:55

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Mensagem por Convidado Qui 31 Jan 2013, 06:08

Capítulo 11: Descobertas
Tomar sorvete com o Paul foi tão divertido que eu nem vi o tempo passar e só percebi que já era tarde quando Lily nos alertou. Ele foi com a gente até o chafariz e ficou lá até a irmã dela aparecer, o que não demorou muito e logo nos despedimos dele e voltamos para casa. No caminho de volta, enchemos a pobre Cynthia de perguntas sobre o encontro e ela animadamente contou tudo em detalhes, até que terminou e acrescentou:

–Mas vocês também arrumaram logo uma diversão com aquele menino bonitinho hein?


–Bonitinho? Você só pode estar cega Cyn, ele é LINDO! O garoto mais lindo de toda a escola!

–Nossa, se aquele ali é o mais bonito, tenho pena de vocês, Rita!

–Ah Cyn, deixa de ser chata, tá? Até agora eu não sei como a Megan conseguiu falar com ele! -Lily reclamava com a irmã e, depois de citar minha façanha, todas me olhavam como se esperassem uma explicação.

–Ai gente, não sei que dificuldade vocês veem nisso, eu só fui lá e falei com ele, oras!

–SÓ foi lá e falou com ele? Meggie, você tem noção do que você acabou de fazer? Nós praticamente tivemos um encontro com Paul McCartney no sábado a noite e se não fosse por você, com certeza a gente nem chegaria perto dele!

–Ele é um garoto, como outro qualquer e que fala nossa língua, eu só cheguei e falei com ele…

–Nossa Meggie, você vale ouro! Não sei como a gente não descobriu você antes! -Lily finalizou rindo.

Na segunda-feira, quando me olhei no espelho e vi meu cabelo ainda tão bem arrumado, achei um desperdício sair de casa com aquela cara de sono e logo lavei o rosto e passei um pouco de maquiagem, que peguei escondido da minha mãe. Ainda estava no banheiro quando ouvi Richard me chamar no portão e saí correndo esperando que minha mãe não me visse. Ele me esperava distraído e, quando finalmente me olhou, não conseguiu disfarçar sua surpresa e demorou algum tempo até falar alguma coisa.

–Oi menina bonita, você pode chamar a Megan pra mim? Sabe, é uma que sai todo dia descabelada e com cara de sono, ela ainda deve estar dormindo e tal…

Eu ri e dei um tapa de leve nele.

–Ai! -Ele disse rindo, simulando dor -Tá bom, já sei que é você mesmo, tava só fazendo um teste, tá bom? Vai que me mandam uma impostora…

–Ridículo! -Respondi rindo e começamos a pedalar. Assim que entramos na escola e caminhávamos com nossas bicicletas em direção ao bicicletário, ouvi alguém gritar meu nome e me virei para ver quem era.

–Ei, Megan! -Paul me cumprimentava com um aceno exagerado, já que tinha muita gente entre nós e ele provavelmente achou que eu não o enxergaria por ser tão baixinha.

–E aí, Paul! -Levantei as mãos exageradamente como ele fez e cumprimentei de volta, sorrindo.

–Nossa, desde quando você e Paul McCartney são amigos? -Richard me olhava surpreso, como se fosse possível que eu tivesse me transformado em outra pessoa em apenas um fim de semana e ele já não me reconhecesse mais.

–É… Bom, meu número de amigos aumentou um pouco esse fim de semana, sabe? -Eu respondi rindo, porque a expressão de assombro dele era exagerada e engraçada.

–Espero que ainda tenha espaço para os amigos antigos… -Uma voz sussurrou de repente no meu ouvido e eu sabia que era George, com aquela mania irritante de chegar por trás e me causar arrepios.

–Desde quando você é antigo, meu filho? Te conheço não tem nem um mês e você nem meu amigo é, só te aguento por causa do Richard! -Talvez eu tivesse sido ignorante demais com ele, mas não me importei muito com isso e nem sequer me incomodei com o enorme silêncio que surgira entre nós três depois disso e apenas continuei andando até a sala de aula. George foi o primeiro a entrar e eu estava bem atrás dele, mas senti um puxão que me impediu de continuar andando.

–Que foi, Rick? -Ele me encarava com um olhar sério demais.

–Você não precisava ter sido tão grossa com o George. E além do mais, se tivesse ao menos olhado na cara dele depois disso, ia perceber como ele ficou chateado. O que ele fez pra você, me diz? Porque, a não ser que vocês andem se encontrando escondidos por aí, eu nunca vi ele fazendo nada tão grave que merecesse toda essa raiva!

–Eu… -Não poderia continuar aquela frase. Não ali, com todos aqueles alunos passando por nós e podendo escutar tudo. Eu queria dizer que toda aquela raiva não era bem dele, era mais de mim. Eu queria dizer que ele fazia algo tão grave quando aparecia, que eu esquecia até mesmo de quem eu era. Mas eu não sei se ele entenderia. Ele normalmente entende tudo, mas não aquilo, quero dizer, como ele entenderia? Eu nunca imaginei que algum dia chegaria o momento em que eu não poderia contar com meu melhor amigo para alguma coisa e sabia que dessa vez só um abraço não resolveria. Eu precisava de alguém que me entendesse, alguém que soubesse explicar tudo aquilo, alguém que fosse… Igual a mim. Mas não contava com muitas ajudas femininas para isso, falar com minha mãe não era uma possibilidade e eu realmente não tinha amigas confiáveis, muito menos primas. Eu já cheguei a pensar em conversar com a Jenny, mas imaginar sua reação ao saber daquilo me fez desistir na hora, porque ela com certeza iria dar mais pulinhos que Polly Plummer e se empolgaria demais ao invés de ajudar. Eu estava com um nó na garganta e não sabia mais o que dizer, eu poderia decepcionar o mundo inteiro e não me importaria, mas não queria que o Richard achasse que eu tinha me transformado em um monstro sem coração ou algo do gênero.

–Desculpa, Rick…

–Não é comigo que você tem que se desculpar. Você sabe disso. -Ele disse com seu ar mais sério e entrou na sala. Eu o segui, mas não até o fim, deixei que ele continuasse andando e sentei bem no meio da sala, onde algumas cadeiras ainda estavam vazias. Na hora do intervalo, tentei parecer ocupada demais em terminar a tarefa e nem me mexi do lugar, ao contrário da turma, que se levantava apressada e morta de fome. Vi uma forma magricela passar por mim e não tive dúvidas de que aquele era George, sendo seguido por Rick, que vacilou ao passar por mim, como se fosse falar comigo, mas não quis interromper meu surto de boa aluna. As últimas que ficaram na sala foram Rita, Lily e Polly, que pararam diante da minha mesa de braços cruzados e não tive outra escolha a não ser parar de fazer a tarefa e olhar para elas.

–Você vai ficar aí o intervalo todo?

–Vou, quero terminar logo, sabe?

–Tá, se você acha melhor assim fica aí… Mas se mudar de ideia, já sabe onde encontrar a gente.

Finalmente tinha ficado sozinha e aproveitei esse momento o máximo que pude. Mas o intervalo não durou muito tempo e logo aquela algazarra de pessoas felizes encheu a sala e eu não tive outra escolha a não ser fingir que estava muito concentrada lendo a matéria para a próxima aula para não ser interrompida por ninguém. Assim que o sinal tocou, recolhi depressa o meu material porque ainda estava chateada pelo fato de o Richard ter brigado comigo para defender o George e ia embora sem nem falar com ele.

–Aonde você pensa que vai, Meggie? -Lily perguntou quando viu que eu já estava prestes a sair.

–Pra casa, oras!

–Você não viu que o senhor Jones passou um trabalho pra AMANHÃ?

–Vi, mas eu tenho que deixar minha bicicleta em casa né? Depois eu vou pra sua…

–Não senhora, vai deixar sua bicicleta aí e ir para a minha casa, amanhã você volta pra escola de ônibus e pode voltar pra casa do jeito que quiser!

Ela falou tão alto que provavelmente Richard escutou e nem veio me chamar para ir embora. Fui obrigada a aceitar e fomos as 4 para a casa dela, almoçamos e fomos logo fazer o trabalho, que não demoraria muito se a gente se concentrasse. Mas minha cabeça estava cheia de coisas e eu só pensava no que aconteceria se o George nunca mais falasse comigo ou se ele nunca mais me irritasse com aquelas atitudes que talvez até me agradavam, mesmo que eu não admitisse.

Eu não estava com vontade nenhuma de fazer aquele trabalho e, quando as meninas finalmente deram uma pausa para falar sobre alguma coisa aleatória que não me interessava nem um pouco, aproveitei para sair dali e fui até a sala. Cynthia estava lá vendo um programa chato qualquer na televisão e eu me sentei no sofá também, já que não tinha nada melhor para fazer. Pelo visto ela achava aquele programa tão chato quanto eu, porque logo puxou assunto.

–Que cara é essa, menina? Tá tão ruim assim aguentar elas? -Ela perguntou rindo.

–Não é que… Ah, tô com problemas demais na cabeça…

–Problemas? Você tem 14 anos, que problemas você acha que tem? O iogurte acabou e sua mãe esqueceu de comprar mais? -Ela soltou uma risada de escárnio.

–Escuta aqui, você também estaria cheia de problemas se de repente você conhecesse alguém que te irrita tanto que você… Você não sabe se abraça ou sai no braço com ele! -Eu respondi irritada e só depois percebi a besteira que tinha feito em um impulso.

–Ahhh, então tem um namoradinho na história? Quem é, aquele bonitinho do sábado?

–Não, é o Harrison…

–Harisson? George Harrison?

–É e eu odeio ele!

–O irmãozinho do Peter? Mal chegou na escola e já está conquistando os corações desse jeito, o danado!

–Você conhece ele? Ah, não importa, você deve estar meio surda porque eu disse que ODEIO ele!

–Não queridinha, acredite em mim, se você o odiasse, nem ia se importar com a existência dele… Eu já tive a sua idade, tá bem? Isso é paixão e das fortes!

–Paixão! -Agora quem ria com escárnio era eu -Paixão é dessas coisas que deixam a pessoa besta igual nesses filmes e depois elas se beijam e tudo mais… Não, o que eu… sinto… é uma coisa estranha sabe? Acho que você não entende… Bom, nem eu entendo, pra falar a verdade…

–Ah Megan, você é tão ingênua… Amor não é essa coisa que você vê nos filmes e lê nos livros, é mais complexo e você tem todos os sintomas. É a primeira vez, não é?

–Ahn, é sim…

–Isso é normal, ninguém reconhece da primeira vez que acontece… Agora que você já sabe o que está acontecendo, vai descobrir que existem problemas maiores que esse dilema todo…

–E pode existir alguma coisa ainda pior?

–Claro que sim, agora você vai descobrir que existe outra coisa pior que os seus sentimentos e que você também não pode controlar…

–Como o quê?

–Os sentimentos dele. Depois de aceitar que você está apaixonada por ele, vem o problema de talvez ele não querer nada com você e isso sim é um problema…

Eu achava que descobrir o que era aquilo resolveria muita coisa, mas eu realmente nunca tinha parado para pensar sobre o que ele sentia por mim. Mas isso não importava muito, eu nem gostava dele mesmo e a irmã da Lily estava louca. Louca. Ou talvez a louca de verdade fosse eu e estivesse mesmo apaixonada pelo George.

Continua?

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Mensagem por Valéria Qui 31 Jan 2013, 21:47

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Mensagem por 'Sasuke~ Qui 31 Jan 2013, 22:33

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Mensagem por Convidado Dom 03 Fev 2013, 01:11

Capítulo 12: Manhã agitada

Naquele dia, por um milagre eu tinha ido dormir cedo porque essa foi a melhor saída que encontrei para fugir dos meus problemas. No dia seguinte tomei o café da manhã só pensando em como falar com o George de novo, eu precisava pedir desculpas e não sabia se ia conseguir. Eu tinha um tempo extra para pensar, já que eu ia de ônibus e podia sair de casa um pouco mais tarde, mas nenhuma forma de reparar meu erro parecia convincente. Desisti de pensar nisso quando vi que já estava na hora de sair e, ao chegar no portão, tive a surpresa de encontrar Richard pronto para gritar meu nome mas, quando me viu, sorriu e acrescentou, enquanto eu abria o portão e saía:

–Você pode tentar fugir, mas não vai escapar de mim assim tão fácil…

–Droga! - respondi simulando uma decepção enquanto caminhávamos em direção ao ponto de ônibus. -Eu pensei que pelo menos hoje ia conseguir me livrar de você… Mas pelo visto você me ama tanto que até deixou sua bicicleta em casa só porque não aguentava esperar mais pra me ver, né?

–Na verdade, eu tive que deixar minha bicicleta lá na escola porque graças a certa pessoa, meu colega de trabalho estava um pouquinho mais estressado que Lily Powell e por isso não me deixou voltar para casa também…

–George… Não me lembre do George, eu odeio ele!

–Não odeia não!

–Odeio sim! E agora ele me odeia também, pronto, estamos todos felizes! -soltei um longo suspiro. -Ele tá muito chateado comigo, né?

–Sim, mas você sabe como consertar isso.

–Sei… -Disse de má vontade e ele passou o braço em volta dos meus ombros, como se me encorajasse.

Mas quando chegamos na escola e me vi de frente ao George, não foi assim tão fácil quanto parecia. Eu tinha uma vontade enorme de pedir desculpas e abraçá-lo para nunca mais soltar, mas ao mesmo tempo sentia um misto daquela velha raiva e uma nova culpa por ter sido tão grossa com ele. Pensei que Rick ia me obrigar a falar alguma coisa, mas ele felizmente não o fez e eu pude simplesmente ignorar a presença do novato, enquanto um silêncio constrangedor envolvia os três.

Aquele mesmo silêncio tomou conta de nós por toda a aula, para a sorte dos professores e até mesmo no intervalo, enquanto estávamos abrigados da multidão recostados em um muro, ninguém se animava a falar nada.

–Espero que vocês não tenham esquecido de domingo, hein! -Rick disse, tentando quebrar o silêncio e forçando alguma interação entre nós.

George se limitou a dizer secamente, se dirigindo exclusivamente a ele e sem me olhar:

–Não, pode deixar que não vou faltar…

–Domingo? Deixa eu ver… Hum, eu lembro de ter marcado de ir fazer compras com as meninas… - respondi em tom pensativo, como se tentasse me lembrar do óbvio.

–Como é? -Richard me perguntou com uma das sobrancelhas arqueada.

–Compras… Mais o quê? Ah, lembrei! A gente ia no salão antes disso! Quase que eu esqueço, obrigada Rick! -respondi bincalhona.

–Escuta aqui, Meg, juro que se você esqueceu eu…

–Deixa de ser besta, Richard, como eu ia esquecer? -o interrompi e joguei meus braços ao redor do seu pescoço, o abraçando exageradamente e rindo. -Eu disse pras meninas que tinha que fazer tudo cedinho porque de noite tinha o aniversário do meu melhor amigo e eu não podia faltar de jeito nenhum!

–Acho bom! Agora para de me enforcar porque não quero morrer antes de fazer 18 anos! -ele disse rindo e eu o soltei, dando um beijo rápido em sua bochecha.

O idiota do George não falava comigo, não me encarava e parecia nem sequer me escutar, apenas voltou a falar com Richard normalmente, como se eu não existisse e ele estivesse falando sozinho antes.

–Você que tem sorte, cara! Não vejo a hora de ser maior de idade também pra fazer o que tiver vontade!

–Sorte por fazer o que tenho vontade? Ser obrigado a ter uma festa de 18 anos não me parece muita liberdade… -Ele dizia com um muxoxo e eu deixei de me importar e passei a fazer o mesmo joguinho do George, fingindo que ele não existia e nem olhando para o lado onde ele estava.

–Ah Rick, não reclama! Vai ser uma grande festa festa para celebrar sua passagem de menino a homem! -Simulei meu maior ar de adulta gesticulando exageradamente ao falar isso e ele deu um sorriso amarelo.

–Eu preferia ganhar um carro pra celebrar essa passagem, isso sim seria legal!

–É mesmo! Eu ia adorar ter um carro também, sabia? Nossa, imagina só, as garotas iam me amar e ninguém ia me alcançar e…

–Eu não lembro de alguém ter te chamado na conversa, Moon! -o interrompi mal-humorada e nem sequer vi de onde ele tinha saído.

Provavelmente estava fugindo de alguém, como sempre. Essa era a desvantagem de viver afastada na hora do intervalo, esse chato sempre estava por ali se escondendo.

–Eu que não lembro ter falado com você! -ele respondeu me dando a língua e correu para trás do George.

Minha vontade era de quebrar a cara dele e eu já estava com os punhos cerrados e preparados, mas ele resolveu se esconder logo no único lugar do mundo onde eu não perseguiria ninguém até a morte. Bufei vencida, enquanto Richard passava o braço em volta do meu ombro, dando tapinhas.

–Calma Meg, ele é só uma criança… E por sorte ainda está muito longe de ter uma carta de habilitação… Imagina só o estrago que o maluco do Moon faria com um carro nas mãos!

–Eu não sou criança, tá bom? Já vou fazer 14 anos! -ele disse com ar de convencido como se ninguém ali fosse mais velho que ele.

–E eu já vou fazer 15, isso quer dizer que vou ser sempre mais velha que você, então cala sua boca se não quiser ficar sem os dentes, como um recém-nascido! -ele arregalou os olhos e, ao invés de voltar para trás de George, saiu correndo pelo pátio e eu corri atrás dele, ouvindo os gritos de Richard atrás de mim.

–Megan, deixa ele! Volta aqui! -pela forma ofegante como suas palavras saíam, sabia que ele tentava nos alcançar, seguido pelas risadas de George que provavelmente estava correndo ao lado dele.

–Volta aqui, Moon e me enfrenta como homem! -eu esbravejava percebendo que ele era bem mais rápido que eu e que seria difícil alcançá-lo.

–Homem? Há! Essa coisa ainda é um menino, ou melhor, uma menininha! Olha só como ele treme de medo… -Parei de correr imediatamente quando percebi o que aconteceu: um dos garotos mais velhos que viviam implicando com ele o havia parado e seus dois amigos grandalhões o seguravam da maneira mais agressiva possível. Ele, por sua vez, mais parecia um bebê assustado ao ser pego de surpresa daquele jeito.

–Keith, deixa de se ser frouxo, faz alguma coisa! Chuta a canela deles! -Eu gritava desesperadamente, porque estava com raiva daquele menino irritante, mas a forma como eles o tratavam era realmente assustadora.

–Não se mete nisso, garota! A gente tá tentando dar o troco nesse pirralho desde o início do intervalo! -Então era deles que o maluco do Moon estava fugindo, eu fiquei imaginando o que será que ele tinha aprontado dessa vez para despertar tanta raiva.

–Seus idiotas! Não estão vendo que ele ainda é criança? -A forma como eu repeti o mesmo discurso de Richard há alguns instantes atrás, quando era eu que tinha vontade de quebrar a cara do Keith, soaria engraçada se aquele não fosse um momento tão tenso.

–Calma, gente, calma! -Richard tentava acalmar as coisas, visto que tinha a mesma idade que os maiores e o grandão com o qual eu estava discutindo parecia querer avançar contra mim quando viu que eu havia dado um passo a frente como se fosse enfrentá-lo no braço -E vocês, deixem o garoto em paz! Por que não vão procurar alguém do seu tamanho?

–Alguém do nosso tamanho? Eu até enfrentaria você, mas pra ainda estar estudando com as criancinhas, deve ser tão retardado que aí sim seria covardia lutar com alguém tão doente que não pode nem se defender… -Ele debochava rindo e seus colegas gargalhavam tanto que até se esqueceram que estavam segurando alguém. Vi as orelhas de Richard ficarem vermelhas de raiva e, sem pensar, avancei contra o imbecil que ofendera meu amigo mas fui parada por dois braços que vieram por trás envolveram minha cintura com força, tentando me impedir de continuar.

–Me larga Richard, vou acabar com eles! Primeiro por bater no Keith e depois por te ofenderem! Me solt… -Parei de falar e de me debater quando percebi que meu melhor amigo avançava para cima deles e não estava ali me segurando.

–Escuta aqui, eu podia acabar com vocês agora mesmo, mas não vou me rebaixar ao nível de vocês três! Porque retardado é quem não pensa antes de agredir as pessoas, por mais irritantes que elas sejam!

Ele gritava de um jeito que eu nunca tinha visto antes e eu ainda olhava para a frente estática, até que me recuperei da surpresa e voltei a tentar me desvencilhar de George, o que foi difícil porque dessa vez ele segurava meus braços com tanta força que eu já sabia que iam ficar algumas marcas por baixo das mangas do casaco.

–Fica. Quieta. Sua. Doida. -Ele falava entredentes e quando viu que eu não ia parar, me empurrou para trás, se colocando à minha frente.

–Soltem ele. Agora! -George esbravejou e se posicionou ao lado de Richard.

–Ou o que? Você pensa que pode enfrentar a gente, magricelo? -Os três valentões se entreolhavam e riam, porque era realmente engraçada a forma como George era esmirradinho e falava como se pudesse lutar com eles ou algo parecido.

Aproveitei aquele momento e corri até os maiores, puxando Keith de lá, porque era tão lerdo que não havia percebido que eles já não estavam mais o segurando e parecia que estava esperando eles pararem de rir para pegá-lo de novo.

–Vamos embora, não vale a pena perder tempo com esses dois manés que ficam defendendo suas garotinhas! -O grandalhão disse e saiu, seguido pelos outros dois.

–Você me salvou, Megan! Obrigada! Se eu dependesse desses dois aí, ia apanhar até a morte, porque eles não me defenderam nadinha! -Keith disse em um tom histérico de alívio e me abraçou.

–Ai, tá bom Keith, agora me larga! Saaaai! -Eu dava tapas tentando me livrar dele, que agora tentava me beijar como agradecimento.

–Violência não leva ninguém a lugar nenhum, Moon! -Richard disse dando leves tapinhas no ombro dele -Isso é uma coisa que você precisa aprender, além de parar de provocar esses garotos. Nem sempre vamos estar por perto pra te defender, sabia?

–Como vocês tivessem me defendido hoje… -Ele murmurou tão baixo que acho que só eu tinha escutado e dei uns chutes na canela dele.

–E ainda por cima é mal-agradecido! -Exclamei irritada, tentando me soltar daquele abraço grudento, mas ele se agarrou a mim como se eu fosse a própria vida salva dele. Percebi que George e Richard riam daquela cena ao invés de me ajudar, o que me deixou com mais raiva ainda.

–Ahm… Desculpa se eu estou atrapalhando alguma coisa… -Ouvi a voz de Lily e a risadinha das outras garotas por trás e, como por um milagre, Keith finalmente me largou.

–Lily chegou, agora me deixa Meggie, porque sou dela e ela pode ficar com ciúmes… -Ele piscou o olho e eu revirei os olhos. A julgar pelo suspiro de cansaço e desaprovação de Lily, ela também havia feito o mesmo que eu.

–Então, Meggie, a gente já te procurou pela escola toda! Você não vai acreditar no que aconteceu!! -ela estava tão animada que eu até esqueci de tudo o que havia acontecido e logo fiquei curiosa.

–O que? O que?

–Paul McCartney acabou de convidar a gente pra sair!! E ainda fez questão de mandar a gente avisar pra você ir também!!

–Sério mesmo? Quando? -Perguntei quase pulando, me sentindo Polly Plummer.

–Sábado. Parece que vai ter uma festa na igreja ou alguma coisa assim…Claro que não é nenhum encontro romântico, mas olha só a gente… Saindo com Paul dois sábados seguidos!!

–A gente tem que comprar vestidos novos também, né? -Perguntei animada e, ao perceber que dessa vez quem arregalava os olhos era Richard que estava bem na minha frente e parecia não me conhecer mais, pedi licença e empurrei as meninas para longe dali.

–Sabe, na verdade preciso de dois vestidos porque domingo tem o aniversário do Rick, vocês sabem…

–Claro e o George vai estar lá também e você quer ser a mais bonita da festa, não é mesmo?

–Ai, não! Eu só… Ai… Não posso querer vestidos novos? Que coisa!

Eu respondia irritada porque talvez ela tivesse toda razão e, por sorte, o sinal que indicava o fim do intervalo tinha acabado de soar, pondo um fim na conversa e nas risadinhas.

Continua?

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Mensagem por Sawz!! Dom 03 Fev 2013, 08:49

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Mensagem por Valéria Dom 03 Fev 2013, 20:13

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Mensagem por Convidado Seg 04 Fev 2013, 05:26

Capítulo 13: O bilhetinho

Aquela semana foi tão entediante quanto todas as outras e para completar George ainda não falava comigo. Acho que a vez em que ele me impediu de brigar com os garotos mais velhos e ainda por cima me chamou de doida não contava. Richard sempre tentava puxar algum assunto que fizesse com que nós dois falássemos algo, mas continuávamos ignorando a existência um do outro, o que se tornava cada vez mais fácil conforme o tempo ia passando, como se aquilo fosse um esporte que aprimorava nossas habilidades a cada treino.
O que não era nada fácil era ignorar o fato de que eu adoraria que tudo voltasse a ser como antes e foi por isso que, um dia quando o Richard se levantou impaciente para beber água no meio da aula de português, me vi obrigada a fazer alguma coisa, porque era impossível parecer indiferente sem alguém entre nós e prestar atenção àquela aula chata não era uma das melhores opções.

Olhei para o lado e ele estava lá, totalmente desligado de tudo à sua volta rabiscando algo em seu caderno. No início eu achava que ele era muito inteligente e concentrado, por ficar a aula toda anotando coisas, até que descobri que na verdade ele passava todo o tempo desenhando guitarras.

Voltei a encarar meu caderno, desistindo de tentar falar qualquer coisa com ele, até que tive uma ideia. Por mais que fosse difícil fazer aquilo, era bem mais fácil que falar, então rasguei o pedaço de uma folha e tentei escrever qualquer besteira realmente sincera e da qual eu tinha certeza que me arrependeria depois.

Desculpe ter gritado daquele jeito… Eu gosto de você e quero continuar sendo sua amiga.

Quando joguei o papel dobrado em cima da mesa, ele fez uma careta como se reprovasse a interrupção do seu momento sagrado de desenhar e abriu o bilhetinho, fazendo outra careta diferente ao ler aquilo e rabiscando alguma coisa ali.

Continuar? Achei que que nunca tinha chegado a ser seu amigo.

Ao receber o papel, foi a minha vez de fazer uma careta de desaprovação e escrevi de volta:

Viu? Por isso que eu digo que te aturo só por causa do Rick!

Quando abriu o papel, mais amassado que dobrado, ele deu uma risada

Mentira, só queria ver você irritada mais uma vez… Eu também gosto (nessa parte havia alguma coisa riscada, que era impossível reconhecer o que tinha sido) de você!

Queria acabar logo com aquilo, então fui direto ao que interessava.

Chato! E então, vai voltar a falar comigo ou tenho que tentar bater em mais alguém bem maior do que eu, pra isso?

Ele riu e estava escrevendo alguma coisa, quando Richard voltou e sentou entre nós, reclamando:

–Essa aula não acaba nunca? Nem dando uma volta pela escola o tempo passa!

–Parece que demora mais só porque é a mais chata e justamente a última da sexta… -respondi com um profundo suspiro ao ser trazida de volta àquela dura realidade.

Vi que George fez uma bolinha de papel com o que tinha acabado de escrever, ao invés de me devolver, mas não tive outra escolha a não ser continuar prestando atenção naquela aula chata e ficar conversando na maior parte dela. Pelo visto George não estava mais chateado comigo, mas o único progresso foi que ele voltava a me olhar quando eu falava alguma coisa, sem me dirigir palavras, no entanto.

Quando finalmente tocou o sinal da saída, todos saíram correndo como era de costume nas sexta-feiras e nós, do fundo da sala, sempre ficávamos para trás porque tinha uma multidão para sair da sala e tentar entrar no corredor onde outra multidão impedia a passagem. Fui a primeira a guardar o material, seguida por George, que estava em pé ao meu lado, jogando uma bolinha de papel para o alto e a segurando enquanto Rick acabava de guardar seu material, porque tinha sido o único a ficar copiando tudo que a professora falava até o fim da aula.

Ao sair da sala, só restamos os três e as minhas novas amigas, que além de não ter guardado o material, sempre continuavam na sala, com seus espelhinhos, se arrumando antes de sair. George estava na frente e tentou arremessar a bolinha de papel na lixeira, mas errou por pouco. Richard disse qualquer coisa zombando da falta de pontaria dele e eu me abaixei imediatamente e sussurrei no ouvido da Polly, que estava ao meu lado naquele momento.

–Assim que a gente sair, pega aquele papel!

Ela me olhou com uma cara estranha e eu devolvi meu melhor olhar de súplica, ao que ela revirou os olhos e respondeu:

–Tá beeem… Só espero que seja mesmo importante!

–Obrigada! -respondi em voz alta mesmo, já que era impossível que eles soubessem do que se tratava e continuei a seguí-los.

Durante a tarde eu tinha combinado de ir fazer compras com as meninas e nem preciso mencionar a felicidade da minha mãe ao saber que eu queria vestidos novos e sairia com amigas, como toda menina normal da minha idade. Esse não era meu programa preferido, mas era melhor fazer com elas do que ir com minha mãe, que costumava dar palpite em cada roupa que eu escolhia. De noite meus vestidos já estavam escolhidos e, por um milagre, fui a única a comprar alguma coisa, talvez porque era justamente a única delas a não ter vestidos nem sapatos apropriados para variados tipos de festas.

Paramos para tomar um sorvete e eu já estava na metade do meu sundae quando Polly falou de repente:

–Ah, Megan, já ia me esquecendo! Olha aqui seu papelzinho…

Ela me entregou um papel cuidadosamente dobrado ao invés da bolinha que George tinha feito e, a julgar pelos sorrisinhos que as meninas me lançavam, elas já havia lido aquilo e sequer se preocupavam em esconder isso.

–Mas vocês hein… Podiam pelo menos disfarçar! -respondi rindo e desdobrei o papel, que continha a resposta de George.

“Acho que tenho que voltar a falar né? Não quero correr o risco de ter que enfrentar os valentões de novo… Você quer ir comigo na festa domingo? É que eu não conheço ninguém e” do fim da letra “e” saía um rabisco que cobria toda a frase e deve ter sido depois disso que ele desistiu de me devolver e amassou o bilhete.

Assim que acabei de ler e desviei os olhos do papel, percebi que todas me olhavam e não tive tempo de chegar a conclusão alguma.

–Que foi?

–Isso foi tão lindo! -Rita disse num tom de voz sonhador

–Lindo ele ter riscado, amassado e jogado fora o que tinha escrito? -perguntei, piscando os olhos confusa

–Eu falei que ela não ia entender nada! -Polly disse convencida

–Ai Meggie, como você não consegue ver? -Lily perguntava como se tivesse muita coisa auto explicada naquele bilhetinho.

–Ver o que? -Eu perguntei já irritada e elas começaram a rir

–Nada! Deixa pra lá, vamos embora porque amanhã temos que acordar cedo! -Dessa vez Lily parecia irritada pela minha ignorância, ou talvez fosse apenas cansaço mesmo, afinal a gente tinha passado a tarde toda rodando pelas lojas.

–Mas…

–Meggie, Meggie, já vi que você e o Harrison não entendem como funcionam as coisas, não é? Por isso ainda não estão aí juntos… -Polly disse dando tapinhas amigáveis no meu ombro enquanto saíamos da sorveteria.

–Juntos? Vocês ficaram doidas!

–Doidos estão vocês dois um pelo outro! -Lily contestou rindo e até eu ri, não porque estivesse achando graça mas por alguma alegria, ou talvez esperança, repentina e estranha que tinha tomado conta de mim.


Continua??

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Mensagem por † Bia † Seg 04 Fev 2013, 18:20

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Mensagem por Valéria Seg 04 Fev 2013, 23:06

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Mensagem por Convidado Ter 05 Fev 2013, 05:27

Capítulo 13: The Quarrymen

Eu estava animada para ir à tal festa na igreja com o Paul, afinal quem não estaria? Acordei tão bem-humorada no sábado, que minha família mal me reconheceu. Lily disse que me buscaria, mas meu pai achou melhor me levar até lá depois que mencionei inocentemente, durante o café da manhã, que Paul McCartney estaria junto. Chegando lá, desci do carro e percebi que meu pai continuava parado lá dentro, vigiando cada passo meu. Não foi difícil encontrar as meninas, porque assim que me viu, Polly começou a pular e acenar:

–Meggie, aqui!!

Fui correndo até elas e parei repentinamente quando dei de cara com Paul, que voltava para o grupo com dois copos nas mãos e entregou um deles a Rita. Senti meu rosto corar de vergonha por pensar que agi feito uma criança na frente dele.

–Oi, Megan! Demorou hein?

–Pois é, eu ia vir com as meninas, mas… -não queria parecer de novo uma criança, que dessa vez era impedida de sair sozinha porque iam ter meninos no local e hesitei antes de inventar qualquer coisa. -Eu tive que resolver alguns problemas, coisas de mulheres, sabe? -por sorte eu já tinha aprendido essa desculpa infalível.

–Ah tá… Olha, a banda vai começar a tocar! -Ele disse animado e fomos todos em direção ao palco que estava montado a alguns metros dali e para o qual a maioria dos jovens da festa estava se dirigindo ao perceber que os músicos já estavam lá em cima prontos para tocar.

Conseguimos uma boa localização e eu me surpreendi ao ver que a banda era formada por garotos não muito mais velhos que a gente.

–Eles são ótimos, né? -eu falei quase gritando para as meninas, porque estávamos perto demais do palco e seria difícil elas me escutarem em um tom de voz normal agora que a primeira música havia começado.

–São mesmo! -Polly respondeu, dando uns passinhos de dança desajeitados.

–Principalmente aquele vocalista! -Lily dizia também arriscando alguns passinhos, que se adequavam perfeitamente à musica.

Passei a prestar atenção no tal vocalista, que realmente cantava e tocava muito bem, para um garoto tão jovem. Eu ainda não tinha reparado bem nos integrantes da banda até então, porque estava mais ocupada em invejar profundamente Rita, que dançava alegremente com Paul como se nada mais existisse à volta deles.

Quando a banda acabou de tocar a última música e anunciar o término da apresentação, ouviu-se um grande burburinho de exclamações descontentes, porque todos fomos contagiados por aquele som e dançávamos animados. Alguém puxou o coro “mais um” e o vocalista se deu por vencido, tocando mais uma música, que dessa vez seria realmente a última. No fim, todos aplaudiram e ouviram-se vivas e assovios que despertaram orgulhosos sorrisos nos integrantes da banda, enquanto eles se curvavam em agradecimento.

Logo eles estavam se retirando do palco com seus instrumentos para algum lugar atrás da igreja e eu, que estava com sede por ter dançado tanto, sugeri que fossemos procurar alguma coisa para beber e todos concordaram, pois também estavam esgotados. Ao chegar perto de uma das filas nas barraquinhas de bebidas, ouvimos alguém chamar:

–Paul! -Todos nos viramos para olhar e ele respondeu

–Fala, Ivan!

O rapaz se aproximou de nós e nos cumprimentou educadamente, ainda que estivesse com uma visível pressa.

–Olá meninas, com licença… Paul, vem aqui comigo, rápido! Antes que eles vão embora…

–Tá, mas… Pra onde? Quem tá indo embora?

–Você vai ver, anda!

–Já… Já volto, garotas, eu acho… -ele respondeu rindo e logo seguiu Ivan. -Peguem uma limonada pra mim, por favor! -gritou antes de sumir em meio a multidão que se dispersava do palco em direção às barracas.

Mas eles demoraram um bom tempo para voltar e nós ficamos lá, tentando adivinhar o que será que o Ivan queria mostrar a ele.

Quando voltou, foi bombardeado por perguntas e logo respondeu:

–Ah, o Ivan queria me apresentar para o pessoal da banda. Ele também conhecia aquele vocalista, o John…

–Sério? Que legal, Paul! -Lily de repente se mostrava mais interessada que o normal na vida musical do nosso amigo -E aí, como foi?

–Eu toquei algumas músicas pra eles verem, o que não foi fácil porque eu sou canhoto e só tinha violão para destros, mas eles ficaram impressionados e até me convidaram para o próximo ensaio… Eu vou levar meu violão e acho que posso até entrar pra banda! Vou treinar bastante antes de ir, sabem como é, né?

Na verdade nenhuma de nós sabia muito bem como era, mas ele estava tão entusiasmado que acabamos contagiadas e concordamos animadas.

–Cadê minha limonada?

–Ahm… Sabe o que é, Paul? Você demorou um pouquinho e eu acabei bebendo sua limonada… -respondi meio desconcertada, porque esperava que ele tivesse esquecido.

–Mas eu fui lá e peguei outra, Paul! -Polly se apressou em acrescentar.

–Ah, obrigada Polly! Cadê?

–Você não ia querer uma limonada quente, ia? Quando eu vi que você ainda não tinha voltado e tava esquentando, bebi logo… -ela respondeu segurando o riso.

–Aí foi minha vez de voltar lá e… -Lily disse revirando os olhos, porque nós a obrigamos a voltar lá e pegar outra limonada.

–Já sei, já sei… Eu demorei demais e você bebeu! -Ele a interrompeu revirando os olhos também.

–Não, eu tava com sede e bebi porque quis! Ela acharam que eu tinha ido lá pegar outra limonada pra você, mas nem foi! -Dessa vez nem Paul conseguiu segurar o riso e todos rimos.

–Então acho que é a sua vez de ir lá buscar minha limonada… Vamos? -ele disse olhando para Rita, que logo ficou vermelha como um tomate quando ele segurou sua mão e apenas assentiu com a cabeça.

–Ai, olha como a fila tá enoooorme! Eu tô morrendo de fome, tem problema esperar vocês na barraquinha de cachorro-quente? -eu disse verdadeiramente desanimada ao ver o tamanho da fila e, como as outras meninas também estavam com fome, me acompanharam ao ver que os outros dois não fizeram nenhuma objeção.

Nós comemos cachorro-quente, depois os doces de várias barracas próximas, voltamos às barraquinhas de bebidas e não encontramos nenhum sinal dos dois. Já havia se passado quase uma hora quando eles apareceram ao longe, caminhando em nossa direção com a maior cara de pau, como se tivessem feito exatamente o combinado de pegar as limonadas e nos encontrar na barraquinha de cachorro-quente. Quando foram se aproximando, finalmente entendi o sentido daquelas risadinhas sem sentido que as meninas tanto davam e dessa vez não era o alvo, mas estava ali rindo com elas sem dizer uma palavra, recebendo os fugitivos que chegavam. Eles pareciam um pouco constrangidos ao ver nossas reações e não os enchemos de perguntas, porque até eu sabia que esse seria um assunto que duraria semanas, portanto teríamos tempo de sobra para interrogar Rita e, além do mais, não queríamos parecer loucas e histéricas na frente de Paul McCartney.

Ficamos lá até o fim da tarde, quando o motorista da Lily chegou e levou cada uma de nós a suas respectivas casas, mas na verdade poderíamos ter ficado a noite toda na companhia do Paul, porque ele conseguia tornar tudo mais divertido e agradável.

Continua?

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Mensagem por Valéria Ter 05 Fev 2013, 05:41

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Mensagem por Bianca Amato Ter 05 Fev 2013, 10:01

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Mensagem por Convidado Qui 07 Fev 2013, 05:10

Capítulo 15: Yeah, we are going to a party \õ/

~PENSAMENTO DE RICHARD ON~

Eu já tinha afrouxado aquela gravata ridícula pela terceira vez em meia hora, para tentar sumir com ela misteriosamente, mas minha mãe sempre dava um jeito de aparecer segundos depois mandando que eu a ajeitasse e dessa vez não foi diferente.

–Será que você não pode ficar vestido como homem nem por dez minutos, Richard Henry? -Ela perguntava zangada e meu padrasto ria, me ajudando a refazer o nó.

–Será que eu não posso escolher ficar sem gravata na minha própria festa? -Perguntei irritado, mas não só pela gravata.

–Não, você tem que aprender a se vestir formalmente! E para de ficar dando voltas pelo quintal o tempo todo, como se fosse um menino de oito anos esperando os convidados chegarem com presentes!

–Dá uma trégua ao garoto, Elsie… Não vê que ele está esperando alguma garota chegar? -Ele dizia brincando, mas aposto que não sabia que era exatamente por isso que eu estava tão impaciente.

–Tá bom, tá bom, vou parar de andar… Mas já posso começar a comer, né?

–Pode, claro que pode! A festa é sua, meu amor! -Minha mãe respondeu mudando de humor ao me ver mais uma vez arrumado do jeito que ela queria.

Finalmente havia aparecido alguma coisa que eu tinha liberdade para fazer e não pude deixar de pensar que eu estava parecendo o George, quando fui em direção à mesa e Mick já estava estrategicamente posicionado ali perto, conversando com meus outros primos e estendendo a mão para pegar doces e salgados vez ou outra. Fiquei imaginando a cara dele ao saber que teria um concorrente quando meu amigo chegasse.

Ele também não tinha chegado, será que estavam juntos? Era possível, porque eu reparei que ele estava escrevendo para ela, a chamando para vir com ele. Não, eu o vi amassando o papel e depois jogando fora… Mas pra isso existe o telefone, ele poderia ter telefonado… Não, claro que não! Ele não teve coragem nem de entregar um bilhetinho, como teria coragem de telefonar? Bom, mas ela está atrasada e ele também! Não, não podem estar juntos, eu perguntei à tia Beth onde estava a Megan, porque seus pais já tinham chegado havia tempo, assim como a maioria dos meus tios e ela disse que estava na casa da Lily e todas as meninas viriam juntas. Mas talvez tenham se encontrado no meio do caminho, ouvi dizer que os Powell conhecem os Harrison…

–Ei, Richard! -Eu já estava quase ficando louco e comendo canapés de forma nervosa, até que alguém me chamou e finalmente me libertei daqueles pensamentos perturbadores. Me virei e era George, que estava bem sorridente, provavelmente por ver aquela mesa cheia de comida.

–E aí George? -Um estranho alívio tomou conta de mim. Pensei que só ficaria satisfeito quando ela chegasse, mas ver que ela chegaria sem ele também me parecia bom. Ele me abraçou, dando tapinhas nas minhas costas e entregou um embrulho pequeno.

–Parabéns, cara! Não repara no presente, eu queria comprar uma coisa melhor, mas não sabia bem o que, então minha mãe que escolheu…

–Ah, sem problemas… Fico contente por você ter vindo! Eu ia te chamar pra dar uma volta, mas acho que você vai preferir ficar por aqui mesmo, não é não? -Perguntei rindo e ele também riu, olhando desejoso para a enorme mesa.

–Ainda não chegou ninguém da escola né? -Ele perguntou enquanto pegava um canapé e ficou claro que ele tentou disfarçar para não perguntar se a Megan já estava ali.

–Não, você foi o primeiro… -Respondi e logo vi meus vizinhos Jimmy e Dan atravessando o portão. Deixei George a vontade e fui recebê-los. Não muito tempo depois as meninas da escola chegaram conversando animadamente e pareciam puxar alguma coisa atrás delas, que logo descobri ser Megan.

–Ai Meggie, faz o favor de parar de se esconder? -Lily reclamava e tentava fazer ela ficar do lado delas e não atrás.

–Não! Eu vou voltar pra casa e… Ah, oi pessoal! -Ela parou de reclamar quando viu, por cima dos ombros de Polly, que eu, Jimmy e Dan estávamos rindo da cena e finalmente saiu de trás das amigas.

Ela estava tão diferente que nem se parecia com ela mesma e eu fiquei imaginando o quanto teria sido difícil que suas novas amigas a convencessem de que ela deveria ficar daquele jeito para vir na festa, se mesmo agora, depois de pronta, ela parecia detestar a ideia de estar arrumada daquele jeito. E além disso já estava do meu tamanho, de tão grande que era o salto alto que usava.

–Rick, feliz aniversário! -Ela jogou os braços em volta do meu pescoço com entusiasmo, mas eu percebi que na verdade ela quase tinha tropeçado e a abracei pela cintura, voltando a rir. -Não conta pra ninguém, mas eu trouxe uma sandália escondida na bolsa! Sabe como é, daqui a pouco eu vou querer dançar, andar normalmente, correr atrás de algum primo idiota pra quebrar a cara dele e tudo mais… -Ela sussurrou em meu ouvido ainda sob o pretexto do abraço e eu sorri, sem soltá-la.

Aquela sim era minha Megan e eu sentia que poderia continuar abraçado a ela durante toda a festa, sem me importar com mais nada. Mas ela logo se soltou de mim e se juntou à conversa com meus dois vizinhos enquanto suas amigas foram falar com George, que ainda estava meio deslocado na festa e logo os três se juntaram a nós. Quando a música animada começou a tocar, Polly foi a primeira a sair de perto com o Dan, direto para a pista de dança.

–Ei Megan, dança comigo? -Fiquei surpreso ao perceber que Jimmy disse a mesma coisa que eu estava prestes a dizer. Assim que ela aceitou, ele a puxou para a pista de dança.

–Eu também quero dançar, você vem comigo George? -Rita perguntou animada e ele aceitou mas percebi que não parecia tão animado assim e eu entendia o por quê. Tinha quase certeza de que ele se sentia igual a mim, como se estivesse o tempo todo esperando esse momento, porque não tinha mais ninguém na festa com quem ele pudesse ou tivesse vontade ter dançado antes. Bom, talvez ele não soubesse tanto quanto eu que a Megan só ia em festas para se acabar de dançar e por isso não contava tanto quanto eu com o fato de que eu fosse seu acompanhante, como sempre costumo ser em todas as festas.

Eu ainda encarava os dois perplexo, tentando me lembrar de quando tinha sido a última vez que a minha Meg tinha despertado tanto interesse assim no Jimmy ou em qualquer outro garoto e já tinha até me esquecido de que Lily estava ao meu lado quando ela falou, de repente:

–Eu sabia!

–Hã? -Perguntei sem entender exatamente do que ela falava, afinal, era pouco provável que ela soubesse ler mentes.

–Você gosta dela!

–Eu… O que? Não! -Respondi preocupado e olhando para os lados, receando que alguém pudesse ter ouvido aquilo, até perceber que já tinha um bom número de meninas na pista de dança e que talvez “ela” se tratasse de qualquer uma ali. -Ahm… De quem você tá falando?

–Ah Richard, você pode enganar a todo mundo nessa festa, mas a mim não! -Ela dizia com um ar convencido e estranhamente animado. -É óbvio que você gosta da Meggie!

–Eu, mas é claro que gosto dela, é minha melhor amiga, oras! Se eu não gostasse ela seria minha inimiga, não acha? -Ela começou a rir e respondeu, com superioridade:

–Não adianta esconder, Starkey! Eu vi como vocês olham pra Megan! Você e o Harrison…

–C-Como é? -Outra vez aquela antiga preocupação que alguém mais ter percebido algo tomou conta de mim, mais até do que a preocupação de o George também ter o mesmo interesse que eu.

–Pra começar, eu vi como ele até parou de comer só pra ficar olhando embasbacado quando ela finalmente saiu de trás da gente e ficou ali admirando aquela visão, como alguém que vê o Elvis a apenas dois metros de distância… E você, bom, você fica o tempo todo olhando pra ela como se… -Ela parou para pensar por alguns segundo e completou -Como se não existisse mais nenhuma outra garota à sua volta, ou sei lá… Há tempos que eu reparo isso lá na escola! E além de tudo, quando ela saiu com outro, vocês dois ficaram aí com esse jeitão de crianças que estavam vendo seu desenho favorito mas de repente alguém mandou desligar a TV e ir pro quarto porque já estava na hora de ir dormir…

–Hum, sei… Lily, você ficou doida! -Respondi rindo mas ela não achou nada engraçado e respondeu irritada:

–Confessa de uma vez que você gosta da Megan!!

–Não fala isso assim tão alto! -Disse olhando para os lados, por sorte ninguém parecia ter ouvido, muito menos quem estava dançando, ainda que a pista de dança estivesse bem perto de nós. -Tá, tá bom! Você descobriu, oh toda sábia Lily! Feliz agora?

–Sim, agora sim! -Ela respondeu triunfante

–Mas não conta isso pra ninguém hein!

–Nem pra Meggie? -Ela perguntou olhando para a pista de dança, onde sua amiga estava.

–Muito menos pra ela! Ninguém pode saber disso!

–Como se ninguém no mudo suspeitasse… -Ela comentou com desdém, falando mais para si mesma do que para mim. -E afinal, você vai ficar aí só pedindo pra todo mundo que descobrir guardar segredo é?

–E o que você queria que eu fizesse?

–Não sei, em primeiro lugar, não deveria deixar que tirem ela de você bem no meio da sua festa… E o George pode ser lerdo, mas se você continuar nessa de fingir que fica feliz de ser só amigo dela, até ele vai conseguir e você não…

–Eu já … Já tentei falar isso pra ela… E eu fico feliz por estar ao lado dela de qualquer jeito! Mas acho que ela gosta mesmo do George…

–E gosta, mas pode ser que goste de você também e nem saiba disso…E se ela estiver tão acostumada com você que ainda não percebeu que você é um garoto normal, como todos os outros?

–Pode isso?

–Claro! -Ela riu ao ver minha expressão confusa. -Ela precisa ver que outras garotas também se interessam em você e você nelas, sabe?

–Tá, mas onde vou arrumar outras garotas que se interessem em mim e eu nelas?

–Ai Richard, tá vendo? É mais ou menos desse jeito que funcionam as coisas, você tá aí conversando com uma garota e nem percebeu…

–Ah… É, mas… Lily, ainda acho que você ficou maluca!

–Acredita em mim, eu sei do que estou falando… Se você quiser eu posso até ajudar, é só fazer exatamente o que eu disser!

–Ahm… Tá, vamos ver…. não tenho nada a perder mesmo, eu acho…

–Vai, me chama pra dançar! Não pode parecer que eu estou te arrastando a força, né?

–Mas não era pra mostrar que outras garotas estão interessadas?

–Sim, mas não quero correr o risco de parecer estar te roubando e levar uma surra depois, estamos falando da Megan, lembra? -Ela disse rindo e eu ri também.

–É, tem razão… Então, nobre donzela, me concede a honra desta dança? -Perguntei estendendo a mão para ela.

–Oh, claro que sim distinto cavalheiro! -Ela respondeu segurando minha mão. -Mas também não precisava exagerar! -Fomos de mãos dadas para a pista de dança e logo começou a tocar uma música constrangedoramente lenta.

–Ótimo, era disso mesmo que a gente precisava! Agora me abraça. -Ela disse quase sussurrando, para que ninguém mais escutasse.

–Quê?!

–Anda logo! -Ela disse entredentes, mas fingindo sorrir.

–Ahm, tá… -Ainda estava meio inseguro ao passar os braços em volta de sua cintura, mas logo percebi que todos dançavam daquela maneira. -E agora?

–Não olha em volta, continua dançando como se nada mais além de mim existisse pra você… -Ela respondeu repousando as mãos sobre meus ombros.

Estávamos falando em voz baixa o tempo todo, mas ela abaixou ainda mais o tom de voz para dizer as palavras seguintes -Ela está perto e com certeza já viu a gente… Ai Richard, cuidado com meu pé! -Exclamou ainda falando baixo, mas rindo como se uma pisada no pé fosse a coisa mais divertida do mundo e eu também comecei a rir. -Assim mesmo, a gente tem que parecer feliz!

–Lily, você tem certeza que isso dá certo?

–Claro que sim, já perdi as contas de quantas vezes ela e as outras meninas olharam pra nós surpresas…

–Pensei que era pra não olhar…

–Você não pode olhar porque não ia conseguir disfarçar…

–Ah, entendi… -Dessa vez quem respondeu simulando a maior felicidade do mundo fui eu e logo a puxei para mais junto de mim, o que fez com que ela respondesse alçando os braços em volta da minha nuca e continuamos assim até aquela música terminar.

–Muito bem, Ritchie, você se saiu melhor do que o esperado -Ela me disse ao pé do ouvido antes de nos separarmos para dançar a próxima música, que felizmente era animada o suficiente para que eu me mexesse bastante, disfarçando assim a leve vergonha que aquela situação havia me causado agora que tinha chegado ao fim.

Com o tempo, já nem precisava mais fingir diversão, porque a companhia da Lily era bastante agradável e ela sempre ria de uma besteira ou outra que eu dizia. Eu já estava começando a acreditar que as pessoas me achavam algum tipo de palhaço, porque era sempre assim, eu falava qualquer coisa e elas logo achavam engraçado. Eu pensava que era coisa só da Megan, porque ela ria de qualquer coisa, não importando o quão sem graça fosse, mas conforme pessoas novas iam me conhecendo, percebi que essa reação era comum a todos.

Eu já estava quase me cansando de dançar quando Lily disse, de repente:

–Olha Richard, eu reparei que a Megan saiu da pista de dança já tem um bom tempo, mais especificamente desde que aquela música lenta acabou. Mas é claro que a gente não ia sair logo depois dela, porque ia ficar muito evidente a armação… Enfim, você sabe o que isso significa, não é?

–Claro, significa que ela não aguentou mais dançar com aquele sapato alto e saiu… -Disse olhando na direção dela, que estava descalça e sentada não muito longe dali, prestes a colocar uma sandália no pé esquerdo.

–Ai, claro que não! Isso quer dizer que ela morreu de ciúmes e por isso… Argh!! Não acredito!! Vem comigo!! -Eu já tinha me habituado a receber ordens dela aquela noite e apenas deixei que ela tomasse minha mão e praticamente me arrastasse para onde Meg estava.

~PENSAMENTO DE MEGAN ON~

Por sorte a última música tinha sido lenta, porque meus pés estavam me matando e eu já sabia que isso iria acontecer, porque mal estava acostumada a andar com um salto enorme daqueles, muito menos dançar com aqueles sapatos, que já estavam me incomodando bem antes de ir para a pista de dança. Eu usava o pobre do Jimmy praticamente como apoio e, quando a música finalmente acabou, minha vontade era de ficar descalça ali mesmo, mas eu tinha certeza de que a Lily me mataria se visse aquilo. Ou talvez não, porque ela parecia feliz demais agarrando meu melhor amigo para reparar em alguma coisa à sua volta, mas eu preferi não arriscar e pedi para sair da pista de dança antes de esconder aqueles sapatos e calçar aquelas sandálias que aliviariam bastante minha dor nos pés.

Jimmy e eu nos sentamos nas duas primeiras cadeiras que apareceram pela frente e eu logo tirei aqueles sapatos. George e Rita saíram da pista de dança e também se sentaram ao nosso lado.

–Você quer que eu pegue um refrigerante pra você, Megan? -Jimmy perguntou e eu aceitei, imensamente agradecida por matar a sede sem precisar andar com meus pés doloridos.

–Estou adorando essa festa! -Rita disse satisfeita, embora também parecesse um pouco cansada.

–Eu também! E por que você demorou tanto a chegar, Meg? -George perguntou.

–Ah, primeiro porque eu fiquei a tarde toda só aprendendo a andar nessas torres que elas chamam de sapatos e depois, cada uma delas demorou duas horas pra se arrumar e mais meio século só me arrumando, como se eu fosse a própria aniversariante!! O que eu não gostei nem um pouquinho, porque eu devo estar parecendo o bolo de aniversário de tanta coisa que colocaram na minha cara!!

–Eu acho que você ficou linda, Meg! -George disse e eu fiquei esperando que todo aquele pó e blush na minha cara tivessem escondido o rubor que tomou conta da minha face ao escutá-lo.

–Obrigada, George! -Eu respondi meio sem graça e percebi que Rita tentava conter uma risadinha.

Fiquei bastante aliviada quando Jimmy voltou com os refrigerantes e quebrou aquele silêncio incômodo que havia ficado entre nós três, puxando vários assuntos interessantes. Bom, ao menos eram assuntos interessantes para o George, já que eles não paravam de falar em guitarras e coisas do gênero.

Eu tinha aproveitado que os garotos não estavam reparando em mim e logo tirei aquela sandália rasteirinha da bolsa para calçar, mas aquela paz foi interrompida por Lily, que misteriosamente havia perdido o interesse na dança e vinha ao meu encontro.

–O que você pensa que está fazendo, senhorita Lewis?

–Tentando consertar o que você fez, senhora Starkey! -Respondi em um tom debochado.

–Além de acabar com todo o visual que arrumamos pra você, ainda por cima roubou minha sandália! -Ela largou a mão do Rick e logo colocou as mãos na cintura, irritada.

–Na verdade, não roubei! Aprendi que na sua casa podemos tirar coisas do quarto alheio e devolver depois, como fazemos com os discos da Cyn…

–Me devolve isso e coloca o sapato de volta, anda! -Ela fazia gestos nervosos com a mão para que eu entregasse as sandálias, embora uma delas já estivesse no meu pé.

–Eu posso até fazer isso, mas você sabe que eu moro logo ali e posso pegar o que eu quiser pra calçar, não sabe? -Respondi mal-educadamente.

–Chega!! A festa é minha e quem manda aqui sou eu, então eu digo que meus convidados podem calçar o que quiserem!

–Não se mete nisso, Richard! -Retruquei com raiva.

–Mas… Eu estou te defendendo, sua mal-agradecida! -Agora quem parecia estar com raiva era ele.

–Eu não preciso da sua ajuda! -Rebati enquanto colocava o segundo pé da sandália, sem olhar para ele.

Ao levantar a cabeça percebi que Lily e Rick trocavam um olhar indecifrável para mim, mas que deveria significar alguma coisa para eles e ela logo voltou a segurar a mão dele, dizendo:

–Deixa pra lá, Ritchie, vamos voltar a dançar!

Dei de ombros e já ia me levantando também para voltar a dançar quando uma velha voz conhecida e irritante começou a caçoar.

–Olha lá, o nanico largou a briguenta e tá de namorada nova!!

–Ai Eric, vê se cresce! -Jenny empurrou o irmão, que se afastou em seguida para onde estavam meus outros primos, tão irritantes quanto ele. -Megs, quanto tempo! -Ela me deu um abraço exageradamente apertado como se não tivesse me visto há anos. -Vocês nunca vêm me visitar em Londres, né?

–Je-Jenny, você tá me esmagaaando! -Disse com dificuldade, mas rindo, até que ela me largou.

–Oh, desculpa! -E começou a rir também

–Você que nunca volta pra Liverpool, Jenny!! -Richard disse abrindo os braços e só então Jenny se sentiu livre para esmagá-lo também. Talvez ela tivesse hesitado porque Lily estava em cima dele e tudo o mais, porque não era muito comum minha prima doida não sair abraçando todo mundo.

–Feliz Aniversário Rich!!

–Tá, tá, tá, vamos parar com esse agarramento e voltar a dançar!! -Eu disse rindo, enquanto separava os dois.

–Calma, meninas, tem Ritchie pra todas!!

–Deixa de ser convencido, garoto! -Dei um empurrão nele. - Vem George, vamos dançar!

–Ei, mas você tava dançando comigo! -Jimmy logo reclamou.

–Sim, mas a Jenny chegou e não tem com quem dançar… Já imaginou? Vir de Londres e ficar sem um par pra dançar?!

–Mas o George tava dançando comigo! -Rita também reclamou, mas com um tom brincalhão.

–Mas essa era a minha vez de dançar com você! -Richard também entrou na brincadeira, só para me irritar.

–Ritchie, você vai me deixar sozinha pra dançar com ela?! -Lily também tinha entrado na brincadeira, embora parecesse assustadoramente séria.

–Ai gente, mas quanta chatice!! Também não quero mais dançar!! -Bufei e voltei a me sentar

–Aaahhh não!!! Não vai desistir na minha vez de dançar contigo!! -George pegou uma das minhas mãos e me puxou da cadeira.

–E eu ainda não disse que deixava você ir com ele! -Jimmy se aproximou de nós com um tom ameaçador, mas visivelmente falso e começou a puxar minha outra mão.

–E eu já disse que o aniversário é meu e eu é que mando! Megan, você vem comigo! -Richard começou a puxar e sacudir meus ombros, tentando me desvencilhar dos outros dois. Nesse ponto todos já estavam rindo, inclusive eu.

–Parem, seus doidos!! Já disse que a próxima dança é do George!! -Mal terminei de falar e ouvi um pigarro atrás de mim, que fez com que Jimmy e Richard me soltassem, por serem os primeiros a ver do que se tratava, mas George achou que eles apenas tinham desistido e continuou segurando minha mão enquanto olhava na mesma direção que os outros dois. Eu já sabia o que aquilo significava antes mesmo de olhar, mas ao invés de soltar a mão dele, eu não sei o que me deu e a apertei mais ainda.

–Com licença, mocinho… -Meu pai disse dando tapinhas no ombro do George, o que fez com que nos afastássemos. -A próxima dança é minha!

–Mas… Pai!!

–Vai ser assim se quiser continuar dançando! Ou dança comigo ou com o Richard.

–Por que não posso dançar com garoto nenhum, mas com o Rick sim? -Perguntei contrariada.

–Porque… Ora, porque já o conheço desde criança, então ele é de confiança!

–Ei senhor Lewis, se for assim, eu também sou de confiança! -Jimmy acrescentou com certo otimismo, mas foi ignorado pelo meu pai.

–E além do mais, o Richard aqui não é como todos os outros garotos…

–Ai, tá bem, tá beeeem! Vamos Richard! Cruzei os braços e, antes de voltar para a pista de dança, tive a impressão de ouvir Lily murmurar algo como: eu não disse?

Mas não tive muito tempo para pensar nisso, porque não haviam pares suficientes para todas as meninas e nós formamos uma espécie de aglomerado na pista, que dançava e levantava suspeitas sobre aonde teriam ido Dan e Polly, que havia muito tempo ninguém mais tinha visto.

Continua ?

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Mensagem por Valéria Qui 07 Fev 2013, 05:54

Continua!
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Mensagem por † Bia † Qui 07 Fev 2013, 23:27

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Mensagem por Convidado Dom 10 Fev 2013, 10:47

Capítulo 16: I'm happy just to dance with you !

De volta à sala de aula na segunda-feira, toda a diversão havia acabado e eu estava naquela aula chata de biologia sem ter nada para fazer. Claro que ser uma boa aluna e prestar atenção na aula estava completamente fora de questão, então eu comecei a contar para os garotos minha grande descoberta:

–Sabe, eu tava certa ontem, Dan levou mesmo a Polly pra casa dele…

George olhou para mim rapidamente quando comecei a falar, mas continuou com seus desenhos e nem se importou com a informação. Richard estava do meu lado e provavelmente se importava menos ainda, mas como também não tinha nada melhor para fazer, resolveu me dar atenção.
–Quer dizer, não pra casa, caaasa, mas eles estavam no quintal, ela contou tudo pra gente hoje!

Atenção: Assunto bizarro, a baixo se n quiser continuar para de ler '-'
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–Ah, por isso elas te arrastaram pro canto assim que a gente chegou e você demorou tanto a entrar na sala?

–Pois é, ela contou tudinho!! Ele levou ela pra trás de uma árvore e eles até se beijaram!

–Eles são um garoto e uma garota, o que mais fariam fora da festa? -Ele perguntou como se não estivesse surpreso com aquilo.

–Não sei, brincar de alguma coisa talvez…

Ele riu da careta que eu fiz ao falar aquilo e George repentinamente levantou a cabeça para participar da conversa e não estava rindo, o que me fez pensar que ele também tinha mesma opinião que eu.

–Você também não acha, George?

–Eu… Não sei…

–Richard, posso saber por que você ri tanto com as coisas que a gente diz? -Perguntei já começando a me irritar.

–Nada, nada não… -Ele deu suas ultimas risadas e tentou ficar sério.

–Como não sabe, George?

–Ah, não sei… As pessoas parecem gostar disso, então deve ter uma parte legal, né?

–Parte legal? Naquela coisa nojenta? E eu juro que se você começar a rir eu te mato, Richard!! -Acrescentei apontando para ele, antes que começasse a rir de novo da minha cara.

–Eu não ia rir -Ele se defendeu logo.

–Acho bom mesmo! Mas sabe? Acho que você tem razão, George… Eu reparei que é sempre assim, elas somem e quando aparecem depois, estão com um sorrisão na cara…

–É por isso que eu acho que deve ter o lado bom disso…

–Na verdade tem o lado bom disso sim… Mas vocês ainda são muito novinhos pra saber! -Rick disse com o maior ar de sabichão.

–Olha, a Rita e a Polly têm a mesma idade que a gente e já sabem disso, tá bem? E aposto que a Lily também! E o Paul que beijou a Rita? Ele tem 15 anos, não é assim tão velho… E o Dan também não tem 15? E como é que você sabe tanto, posso saber? Eu nunca vi vo…

–Senhorita Lewis, eu não lembro de você e o senhor Starkey terem conseguido as melhores notas nas últimas avaliações para ficarem aí conversando despreocupadamente durante minha aula!

Fomos obrigados a ficar em silêncio, mas isso não significou que a conversa tinha acabado. Alguns minutos depois meu amigo disse no tom de voz mais baixo que fosse possível de ser escutado por nós.

–Pra começar, você não ter visto não significa que eu nunca tenha feito alguma coisa e eu não espero que vocês entendam, mas existe uma coisa no mundo que se chama paixão e as pessoas costumam se apaixonar umas pelas outras quando deixam de ser crianças e fazem qualquer tipo de coisa…

–Qualquer coisa? -Agora foi a vez de George acrescentar um comentário seguido por uma careta e, como ainda não havia recebido nenhuma ameaça de morte dele, meu amigo começou a rir.

–É… Todo tipo de coisas, até beijar! -Dessa vez ele se dirigia a mim

–Beijar não parece uma coisa assim tão ruim, o que me preocupa são as outros tipos de coisas… -Dessa vez até eu tive vontade de rir, não pelo comentário, mas pela careta que o George fazia ao falar isso.

–Olha, vocês dois ainda não têm que se preocupar com isso, tá bom?

–Por que não?

–Primeiro, porque você acha brincar mais legal que namorar e segundo porque ainda nem tem idade pra isso! -Eu mal abri a boca para reclamar e ele se dirigiu ao outro garoto, sem dar espaço para o meu cometário contrário ao que ele havia dito. -E quanto a você George… Bom, continua com suas guitarras por enquanto, que é melhor… Além de não ainda não ter que aguentar todos os problemas que as mulheres causam, quando você for maior vai ter quantas garotas quiser, porque elas adoram músicos…

–Ai Richard, nunca ouvi tanta besteira na vida!! Não acredita nele, George!! Outro dia a Lily disse que músicos têm aos montes por aí e são muito comuns… Isso quer dizer que não vai sobrar taaanta garota assim pra você!! E quer saber? O Richard e o Eddie são músicos e nunca vi os os dois com nenhuma namorada! E o Jimmy? Ele levou o violão pra festa só pra se exibir e eu não vi todas as garotas em cima dele…

Por algum motivo estranho eu me importava mais em desmentir aquelas baboseiras do que repetir pela milésima vez que eu não era mais criança.

–Pode até ser Meg. Mas… Você pareceu gostar bastante do Jimmy…

–E é claro que as outras garotas não tiveram coragem de chegar perto dele com você por perto… -Richard acrescentou rindo.

–Eu… Eu não gostei bastante do Jimmy, tá bem? Eu fiquei o tempo todo com ele na festa porque somos amigos desde pequenos e ele é legal até demais pra um garoto, por isso gosto de conversar com ele e tudo mais… E se não se lembra, eu preferia dançar com você e por isso tentei me livrar dele depois!

Ah não, de novo não, por que eu sempre tinha que falar alguma besteira por impulso? Não me atrevi a falar mais nada depois disso e ele abaixou a cabeça com o sorriso mais estranho que eu já tinha visto ele dar. E olha que eu era especialista em conhecer aqueles sorrisos irritantes dele, que sempre me deixavam abobalhada. Tinha o sorriso sarcástico, o alegre, o muito feliz que mostrava todos os dentes, o sorriso tímido que aparecia sempre que eu o pegava cantarolando e elogiava a voz dele, o desengonçado, que era o mais comum de todos e agora esse novo que eu ainda era incapaz de decifrar. Mas o que deixava aquele sorriso realmente estranho era a reação que causava em mim, era como se eu não visse com os olhos, mas com… o coração, acho. Bom, ao menos era o meu coração que tinha começado a bater mais forte ao vê-lo sorrir daquela maneira e eu respirei fundo, porque aparentemente meus pulmões tinham esquecido do que deveriam fazer, me deixando sem ar por alguns segundos. E se eu tivesse prestado atenção na aula, ao invés de tentar entender o que se passava com minhas emoções, saberia que na verdade o responsável pela respiração era o diafragma e não os pulmões. Eu descobriria isso da pior maneira alguns meses depois com as avaliações finais.

Assim que terminou a aula, como sempre nós fomos uns dos últimos a sair e já não tinha mais ninguém no fundo da sala mas, quando Richard começou a andar, George segurou meu braço e eu parei de seguir o outro para ver o que ele queria. Claro que meu amigo tinha percebido que ficamos para trás e também olhou, mas revirou os olhos e voltou a andar.

Fiquei alguns segundos encarando o George, que mais pareceram uma eternidade, até ele começar a falar:

–Eu também queria muito dançar com você na festa…

–M-mesmo?

Ele só balançou a cabeça confirmando, como se as palavras fossem preciosas demais e pudessem lhe faltar para dizer o mais importante. Abriu a boca para falar algo, mas logo cerrou os lábios com tanta firmeza que eu logo achei que ele tinha desistido de falar e que eu nunca iria saber o ele tinha a dizer, mas para a minha surpresa ele segurou também meu outro braço e voltou a falar:

–Não tem nada nesse mundo que eu preferiria fazer mais do que isso porque ficaria feliz só de dançar com você…

Ele falou aquilo tão rápido e sem pausas, que eu demorei alguns segundos para assimilar a informação e aquele sorriso abobalhado de sempre tentou invadir meu rosto e, pela primeira vez quando estava perto dele, eu não tentei me controlar e apenas sorri. Ele retribuiu mais uma vez com aquele novo sorriso estranho e só então eu percebi: nós dois estávamos sorrindo da mesma maneira besta, era isso que me parecia tão estranho naquele sorriso novo dele, é uma espécie de sorriso que eu sempre dava quando lembrava dele alguma vez, assim sem querer, em casa ou em algum outro lugar em que ele não tivesse. O mesmo sorriso besta que eu tentava conter quando estava perto dele e talvez fosse bem possível que ele também agisse assim, mas como foi pego de surpresa quando eu disse que o preferia, não conteve a vontade de sorrir. Então isso queria dizer que…

–A-rham!! -Sempre tinha um pigarro irritante para me interromper e dessa vez foi Richard -Será que os dois podem parar de brincar de tenho-um-braço-de-cola-permanente-e-ops-encostei-e-fiquei-grudado? Eu quero ir pra casa logo!! -Ele olhava para o relógio e eu não entendi o por quê daquela pressa toda já que, pelo visto, Lily também tinha dispensado as amigas e no final só estávamos os quatro na sala, cada um com sua conversa pessoal, mas eles dois na já na porta e eu e George no fundo da sala.

–Tá bem, tá bem!! -Respondi mal-humorada e comecei a andar pelo corredor sinuoso que se formava entre as cadeiras tortas que obstruíam a passagem, porque meus colegas de classe mais pareciam uns cavalos na hora de sair. Mas parei de repente e George, que estava logo atrás, se chocou contra mim.

–Megan!!

–Desculpa! -Me virei para trás rindo e disse algo que não podia ser deixado para depois -A minha próxima dança ainda é sua…

Ele sorriu e eu retribuí o sorriso. Era tão bom não parecer a única besta quadrada no mundo! Mas dessa vez não me perdi nas emoções de novo e me virei para continuar andando pela sala.

–Rick, você… Se importa de ir pra casa sozinho?

–QUE?!

–AI, NÃO GRITA!!

–MAS VOCÊ TÁ GRITANDO DE VOLTA!!

–MAS PORQUE VOCÊ GRITOU PRIMEIRO!!

–PAREM DE GRITAR VOCÊS DOIS! -Lily gritou por último e nós dois nos calamos, surpresos.

–Se tá pensando em ir embora com o Harrison, é bom saber que ele mora pro outro lado da cidade e não tem como você fazer isso…

–Com o George? -Eu comecei a rir -Não, porque eu…? Ai Richard, você tem cada ideia! Eu queria ir é com a Lily!

–Comigo? -Lily perguntou surpresa

–Olha Meg, não faz muita diferença porque a Lily mora na mesma direção que eu, caso você não saiba…

–Eu sei, George!! Mas é porque eu preciso ir com ela, é coisa de meninas!! Richard, você pode ir sozinho só hoje?

–Alguma vez eu já larguei você sozinha pra ir pra casa? Não, então eu também não posso ir sozinho…

–Por favor!!

–Claro que não!!

–Por que não?

–Porque não, oras!

–Chega!! Vocês dois já estão me dando dor de cabeça!! Meggie, já que você precisa tanto de mim e o Ritchie faz tanta questão, vai com ele e me liga depois, tá?

–Mas Lily, é que… Não é bem com você…

–Viu? Eu sabia que tinha a ver com o Harrison!

–Comigo? -Dessa vez ele é que tinha ficado surpreso.

–Richard, dá pra parar com isso? Você ficou doido ou o que? -Eu já estava ficando aborrecida e resolvi acabar logo com aquilo. -Lily, eu posso ir na sua casa mais tarde? É porque na verdade eu queria falar com a sua irmã…

–Com a Cynthia? Desde quando você é amiguinha da minha irmã, Megan?

Pronto, agora até a Lily tinha ficado doida.

–Ai Lily, é que… Eu já disse, são coisas de meninas!

–Eu também sou menina!

–Mas… -Eu ia dizer que a Cyn era mais velha, mas isso iria fazer a Lily se estressar e eu não podia colocar tudo a perder. -Lily, coisas de menina que eu vou explicar pra vocês duas quando chegar lá, mas acho que a Cynthia pode ajudar porque já tinha falado com ela antes…

–Ah… -Parece que finalmente ela havia entendido que eu queria falar sobre garotos e que um deles não podia nem sonhar em ouvir. E o outro muito menos, porque andava totalmente estranho. -Tá, pode passar lá sim, Meggie, eu vou até avisar pra ela te esperar, pro caso de ela querer sair, sabe como é a Cyn né… -Ela disse rindo e eu ri também, porque sabia exatamente como era a louca da irmã dela.

–Pronto, Richard, já podemos ir embora!!

Fomos os quatro buscar a bicicleta e, antes de nos separarmos para ir em direções contrárias, Lily se jogou em cima do Rick e o abraçou.

–Tchau, Ritchie!

–Tchau, Lilyzinha!

–Tchau Ritchie, tchau Lilyzinha! -repeti caçoando deles com uma voz engraçada. -Acho que é isso que eles chamam de todo tipo de coisa, não conseguir sair de perto sem esse mimimi todo e abraços e… -Parei de falar quando senti um beijo estalar de surpresa na minha bochecha.

–Até amanhã, Megzinha!

–A-até amanhã Paulie! -ainda olhava perplexa para o garoto mais bonito da escola, que se afastava e saía pelo portão, até que me recuperei e voltei a atenção para o George. -Nossa, ainda bem que a Rita não está aqui, senão ia me matar depois dessa! -Disse rindo, eu já sabia que ele estava ali perto, só não contava com o fato de ele ouvir tudo e vir caçoar de mim, mas George não parecia achar a menor graça. Rick já estava montado na bicicleta só me esperando sair e eu fui me despedir de George antes de sair, mas ele parecia não saber o que fazer e só então eu percebi a besteira que tinha feito ao caçoar dos outros dois justamente para o George. Agora era a minha vez de me despedir e eu também queria um abraço. Que pelo visto nunca ia receber, graças à minha velha mania de sair falando tudo o que dá vontade sem pensar nas consequências depois.

–Ahm, então… Tchau Megan! -Ele disse acenando e se virou para seguir na outra direção.

–Tchau… George, espera! -Ele parou de andar e me olhou por trás do ombro. Larguei minha bicicleta, que tombou descuidadamente no chão e corri até ele, que se virou para mim e eu fiz logo aquilo, antes que mudasse de ideia. -Você…. Não levou aquilo a sério, né? -Ele me olhava com uma expressão de interrogação e eu logo perdi a coragem de continuar e explicar o que eu realmente queria dizer. Mas por sorte tinha outra boa desculpa entrar no lugar. -Sabe, a brincadeira do Paul… Ele é meio doido assim mesmo e… -Fui interrompida mais vez pela surpresa de um beijo, do outro lado da bochecha.

–Não esquece que você me deve uma dança, Meg! -Ele disse saindo, mas andava para trás a passos cuidadosos, ainda de frente para mim.

–Pode deixar, não vou esquecer! -Respondi acenando e sorri. E parece que era só isso que ele estava esperando, porque sorriu de volta e logo virou de costas, passando a andar normalmente.


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Mensagem por Valéria Dom 10 Fev 2013, 11:08

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Mensagem por Convidado Ter 12 Fev 2013, 22:23

Capítulo 17: Doces e Espinhos

Como eu imaginava, Cynthia sabia a resposta para todas as minhas dúvidas mas sempre surgia com um problema a mais, que dessa vez era o fato de nenhum dos dois saber como agir. Era bom ter alguém experiente para conversar e até a Lily parecia saber disso, porque também ajudava vez ou outra e provavelmente já teve alguma conversa do tipo com a irmã mais velha antes.

Desde então sabia que o George também gostava de mim e conforme o tempo foi passando, fui me acostumando com aquelas novas sensações. Eu só achava um pouco esquisito o fato de que ele parecia ter algum problema com a minha presença e só conversava comigo a um metro de distância. Mas aquilo não era um problema, eu até preferia que fosse assim, porque isso diminuía todo aquele incômodo que meus sentimentos causavam e me ajudava a ficar mais a vontade com ele. Além disso, a época de avaliações estava chegando e eu tinha muito mais com o que me preocupar do que com coisas estranhas que aconteciam à minha volta.

Até que um dia tudo fez sentido.
Aquele parecia um dia normal e entediante como todos os outros. Enquanto eu ia para a sala com Rick, o imbecil do Moon estava arranjando mais um jeito de apanhar dos garotos mais velhos, mas eu puxei ele de perto a tempo e ele foi andando com a gente.

–Moon, quer parar de dar motivos pros outros te baterem? -Disse dando um tapa nele. -Não tá vendo que isso é uma coisa que só eu posso fazer e mais ninguém?

–Ai! -Ele reclamou esfregando o braço, onde tinha recebido o tapa -Não pode na…aaai! -Dei outro tapa para mostrar quem é que mandava.

–Não posso é?

–Meg, para de bater no garoto… -Richard disse com um tom de voz cansado, por já ter dito aquilo muitas vezes nas últimas semanas.

–Melhor apanhar de mim do que dos grandões… -Dei outro tapa nele, que reagiu com um grito exagerado porque eu nem estava batendo com tanta força assim.

–Olha, eu acho que isso tudo é amor, hein… -Richard disse zombando

–Coitado do Keith, deve ser menos dolorido namorar um porco espinho do que a Megan… -George também zombou e começou a rir, enquanto se juntava a nós, mas logo parou quando seu olhar encontrou a expressão quase mortal que havia se formado no meu rosto em reação ao seu cometário.

–Eu sei que você me ama Meggie, vai confessa! Você não resiste ao meu charme e beleza, por isso sempre me defende!! Um dia você ainda vai se casar comigo… -Keith se empinou todo para dizer isso e dessa vez eu ri da cara dele, ao invés de me irritar mais ainda.

–Se manca, Moon! -Empurrei o convencido para dentro da sala e ele acabou tropeçando, o que fez com que todo mundo que estava lá dentro caísse na gargalhada.

–Eu te odeio, Megan! -Ele resmungou fazendo aquele biquinho falso, que sempre fazia ele parecer um menino fofinho, e sentou na cadeira que tinha usado como apoio para não se esborrachar no chão..

–Mas eu te amo, Moonie! Lembra? E agora consegui fazer você cair de amores por mim… -Falei rindo dele e fui pro meu lugar, seguida pelos meus dois amigos, que balançavam a cabeça negativamente reprovando meu ato, mas também riam.

Na hora do intervalo fomos para o mesmo lugar de sempre, mas sem o George que ia passar na cantina primeiro e nos encontrar depois. No meio do caminho, Ritchie foi sequestrado pela Lilyzinha e disse que também se encontraria comigo depois. Eu sentei recostada no tronco de uma árvore e, alguns minutos depois, George tinha chegado com um sanduíche enorme e uma barra de chocolate. Ele olhou para os lados, imagino que procurando nosso amigo, mas não perguntou onde ele tinha se metido porque aquelas desaparições já tinham se tornado frequentes.

–Você quer, Meg? -Ele perguntou, estendendo a barra de chocolate para mim.

–Que-quero… -Respondi meio insegura, porque George compartilhar o lanche dele com alguém era algo que eu nunca tinha visto antes. Mas estiquei a mão para pegar a barra e ele se sentou ao meu lado. Outra novidade, porque eu sempre era a única que me esparramava no tronco e ninguém mais sentava ali.

Era meio desconfortável dividir o lugar com ele, porque a árvore não era assim tão grande e ele estava praticamente colado em mim ao invés de ir se ajeitar em outra parte do tronco.

–George, você pode chegar pra lá? -Disse enquanto abra a embalagem do chocolate.

–Chega você, se está tão incomodada… -Ele deu de ombros e abocanhou o sanduíche.

–Eu cheguei aqui primeiro e além disso todo mundo sabe que o tronco da árvore é meu lugar de sentar! -Retruquei mal-humorada, mordendo um pedaço do chocolate.

–Não vi seu nome escrito aqui quando sentei…

–Mas me viu aqui quando sentou e além do mais tem espaço suficiente pra você do lado de lá do tronco!

Ele finalmente se mexeu mas, ao invés de dar espaço, passou o braço em volta dos meus ombros e disse, com um sorriso vencedor e extremamente irritante:

–E se eu quiser ficar desse lado aqui com você?

–Aí eu vou ter que te furar com meus espinhos, até você sair! -respondi irritada, lembrando do que ele tinha dito mais cedo.

–E se eu não me importar de namorar um porco-espinho?

–Então você vai no zoológico e namora um! -Respondi rindo, tentando acabar com aquela conversa e não ficar tão envergonhada assim.

Ele riu também e ficamos um bom tempo assim, abraçados e rindo como dois idiotas apaixonados. Mais estranho do que o fato de George simplesmente ignorar o sanduíche dele para ficar rindo comigo, foi o fato de ele levantar dali o mais rápido possível, abocanhando o maior pedaço de sanduíche que pôde quando viu Richard se aproximando.

Aquela foi a primeira vez em que eu parei para pensar que o problema do George não era bem ficar perto demais, mas sim se aproximar de mim quando estávamos os três juntos.

–Eu chamei a Lily pra estudar com a gente hoje, vocês não se importam, né?

–Não, eu não… Espero que ela entenda mais de matemática que vocês e eu, senão vai ficar difícil… -George falou de boca cheia, tampando a boca com a mão

–Espera? Hoje? Tem certeza que estava marcado pra hoje?

–Claro Megan, faz dias que a gente combinou isso! –Richard respondeu enfatizando cada palavra, como sempre fazia cada vez que eu esquecia de alguma coisa, o que acontecia com muita frequência.

–Droga! Hoje a tia Sue vai almoçar lá em casa…

–É só falar que vai estudar porque já está perto das provas e seus pais vão te liberar… -Disse George, ainda de boca cheia.

–Você não sabe como funcionam as coisas quando a tia Suzan está na cidade, George… Ela nunca vai conseguir! Olha Megan, almoça rapidinho e depois sai correndo, já que vai ser na minha casa mesmo…

–Isso se eu conseguir me livrar da megera… -Bufei lembrando da tortura que sempre são esses almoços -Rick, você vai comigo!!

–Ah, claro que vou! -Richard riu sarcastimamente -Por um milagre ela desistiu de almoçar na minha casa dessa vez! E além do mais, não sou obrigado a aturar, porque ela é nem é da minha família de verdade…

–E nem eu!!

–Mas com você é diferente!!

–Então é mais um motivo pra você ir comigo!! Olha Rick, eu sei que nem o tio Harry aguenta a própria irmã, por isso que ela não foi pra sua casa dessa vez, mas o que é que custa você me fazer companhia durante um almoçozinho? -Já estava fazendo minha melhor cara de desespero, tentando convencê-lo.

–Parece que você se esqueceu o motivo de a gente parar de dar força um ao outro aparecendo juntos nos almoços com a tia Sue, né?

–Não, eu não esqueci!! Mas e se forem vocês todos? Duvido que ela vá ficar de gracinhas, ainda mais na frente do meu pai, que já disse que vai almoçar em casa hoje… Se eu não conseguir sair de lá pra estudar, vocês levantam e me arrastam a força… Vaaaai, por favorzinho!! -Eu já estava juntando as mãos e suplicando.

–Eu não vejo problema em ir… -George disse amassando o guardanapo e a embalagem onde estava o sanduíche que tinha acabado de devorar.

–Claro que não, em primeiro lugar não conhece a peça e em segundo lugar, nunca recusaria uma almoço né? Mas tá bom, se o chato do George não discordou e com isso se foi minha desculpa pra escapar, a gente vai… Satisfeita? -Richard disse, enfim vencido.

–Sim, Ritchie meu amor!! -Respondi brincalhona e o abracei, enquanto enchia a bochecha dele de beijos, que os recebia com gargalhadas.

A felicidade, no entanto, acabou assim que entramos em casa pela porta da sala e minha tia estava esparramada no sofá, se levantando assim que nos viu como, se estivesse o tempo todo esperando pelo momento de nos infernizar.

–Meggie querida, como você cresceu!! Parece que te vi nascer ontem, com aquelas bochechinhas rosadas!! -Ela disse apertando minha cara, como se tentasse achar algum vestígio daquelas bochechas na minha face quase tão magra quanto a de George.

–E olha só pra você, Richard!! Já está um homenzinho!! -Dessa vez quase esmagou o coitado com um abraço de urso enquanto ele me lançava um olhar desesperado, como se eu pudesse livrá-lo de algum modo daqueles braços gordos que o prendiam. Tapei a boca para não rir daquela tragédia para a qual eu mesma havia empurrado meu melhor amigo e acenei para que George e Lily entrassem.

–Oh, quem são esses dois jovenzinhos adoráveis? -Ela largou o sobrinho postiço, que me lançou um olhar enraivecido enquanto dizia, sem emitir som algum: você me paga!

–São meus amigos da escola, Lily e George. Precisamos estudar para as provas, sabe?

–Amiguinhos da escola? Megan, você não me disse que ia estudar hoje… -Minha mãe surgiu na sala de repente, vindo da cozinha, ao perceber que eu tinha trazido visitas.

–É que eu esqueci que era hoje… Então a gente vai só almoçar e depois ir pra casa do Rick. Eu ia direto pra lá, mas lembrei que tinha o almoço com a tia e então viemos todos juntos.

–Tudo bem, vou colocar mais pratos na mesa. Sintam-se a vontade! Richard, já avisou para a sua mãe que vai almoçar aqui?

–Ainda não tia… Vou lá em casa avisar e… -Segurei o braço dele com força, porque vi que ele estava mesmo tentando escapar e o interrompi, rindo disfarçadamente.

–Ah Rick, sempre tão engraçado!! Vai logo ligar pra tia Elsie, vai!! -O empurrei para o telefone, seguida por Lily que também pediu para ligar e avisar à sua mãe que tinha ido estudar na casa de amigos.

–Nossa, é assim tão desesperador? -George perguntou baixinho só para eu escutar, depois de perceber a quase-fuga do nosso amigo.

–Você vai ver… -Sussurrei de volta e fomos todos nos sentar à mesa depois de lavar as mãos.

Papai não demorou muito a chegar e logo começamos a almoçar. George estava se acabando na macarronada e mal prestava atenção ao que estava sendo dito, nem mesmo quando minha tia começou a falar dele.

–Mas esse menino é tão magrinho! Parece que está meio desnutrido, você não acha, Beth?

–Eu não acho, ele parece comer bem até demais…

Dei um chute no meu amigo guloso, que estava à minha frente na mesa, ao lado do meu primo, para ver se ele percebia o que estava acontecendo e se controlava na hora de pegar mais macarronada, mas acabei chutando Richard sem querer, que tentou abafar um grito e me olhou de cara fechada enquanto eu dei um sorrisinho amarelo como pedido de desculpas. Mas o pior aconteceu: minha tia de repente voltou sua atenção para ele e começou a destilar seu veneno.

–Ah Richard, eu ainda não acredito que vocês tenham crescido tão rápido… Ainda lembro de quando íamos almoçar todos os domingos na casa da mamãe e você e Megan ficavam grudados o tempo todo, até a hora de ir embora… Eram tão bonitinhos juntos!! Eu sempre achei que iam crescer e namorar. -Ela terminou de falar com um sorriso sonhador e ao mesmo tempo assustador, que fez meu pai engasgar, Richard arregalar os olhos e minha face queimar com um misto de vergonha e raiva. Não consegui me controlar, porque essa coisa de destilar veneno provavelmente está no sangue:

–Ah não, titia, nunca vou namorar ninguém… Quero crescer e ser uma solteirona como a senhora!! -Tentei dizer aquilo da forma mais séria possível, como se isso fosse um orgulho e não uma ofensa, mas dessa vez minha tia que ficou toda envergonhada e percebi que meu pai tentava não rir. Minha mãe me lançou um olhar furioso de reprovação e eu continuei falando:

–E além do mais, o Richard agora anda de namorico com a Lily…

Lily até agora tinha sido a única a não levar nenhuma alfinetada, mas eu precisava falar mais alguma coisa e mudar de assunto, antes que levasse uma bronca na frente de todo mundo. E deu certo, porque minha tia logo começou a falar:

–Essa mocinha do seu lado? -Balancei a cabeça afirmativamente, enquanto comia uma garfada de macarronada. -Richard, seu conquistador! Você se deu bem, hein! É uma menina bonita e encantadora!

–Obrigada! -Lily disse constrangida e depois abaixou os olhos para seu prato e me deu uma cotovelada, como repreensão.

–Mas já que agora você tem uma namoradinha, acho que a Meggie aqui vai precisar de outro par… Esse rapazinho parece uma ótima escolha, não acha querida? Eu acho que vocês formariam um belo casal!

–Não, nós, não… -Gaguejei quando ela conseguiu tocar justamente no meu ponto fraco, mas fui salva pelo meu pai, que logo pigarreou e disse autoritário:

–Megan ainda não tem idade para namorar ninguém, Suzan! E vocês não iam estudar, crianças? É melhor ir andando, assim têm mais tempo…

–Mas e a sobremesa? -George perguntou com certa tristeza, porque pelo visto foi o único que não se sentiu atingido por nenhuma palavra dita naquele almoço e só se importava com a comida.

Papai tirou umas notas do bolso e entregou para ele.

–Vocês podem ir na sorveteria da esquina, nesse calor, sorvete é a melhor sobremesa, não é?

Por sorte, até George que já estava no segundo prato, tinha acabado de almoçar e aproveitamos a deixa para fugir. Antes de sair abracei meu pai, que ainda estava sentado esperando o doce que minha mãe traria de sobremesa.

–Te amo! -Ele sorriu e entendeu que isso significava o mesmo que: Muito obrigada por me livrar das mãos da bruxa!

Todos estávamos envergonhados ao caminhar para a sorveteria, menos George, que estava satisfeito e feliz demais com a sobremesa refrescante e nem se importava por eu ter metido todo mundo naquela enrascada.

–Eu nem achei tão ruim assim… -Ele disse, quebrando o silêncio.

–Claro que não, você passou o tempo todo comendo! -Eu disse rindo.

–E nem percebeu tudo o que falaram, pelo visto! -Lily disse um pouco ressentida.

–Ai gente, desculpa! Eu deveria ter falado antes que minha tia tem esse péssimo hábito de fazer qualquer um passar vergonha…

–Eu tentei avisar e você não me escutou! -Richard fez questão de me lembrar.

–É, mas eu também não queria ficar lá sozinha e se estivesse só contigo ia ser pior ainda…

–Claro, então por isso você arrumou mais amigos para passarem vergonha junto com você! Quem precisa de inimigos quando se tem a Meggie, não é mesmo? -Quando lily disse isso, aquele traidor maldito do Rick riu, concordando com ela.

Os dois estavam andando na frente e eu e George atrás, porque não tinha espaço para todos juntos na calçada. Ele acabou com minha raiva passando o braço em volta dos meus ombros e falando:

–Sabe Meg, eu não me ia me importar com o que os outros falassem se eu namorasse você…

Uma coisa muito comum entre nós era aquela forma desastrada de mudar o assunto falando alguma coisa embaraçosa e ouvir isso me fez sentir um frio na barriga, porque já era a segunda vez que ele falava alguma coisa de namoro só naquele dia.

–Mas que eu saiba, o pai dela sim se importa e vocês também não têm idade pra namorar!

–Mas que eu saiba, ninguém te chamou nessa conversa, Richard!

–Não se preocupa, Meg, isso tudo é inveja porque vamos ser sempre o casal mais simpático e feliz, ao contrário desses dois mal-humorados aí… -George deu ombros e eu só confirmei o que suspeitava.

Por algum motivo, quando ele não se sentia a vontade, não era bem comigo, mas sim com Richard e, agora que Lily também estava ali para distraí-lo, George agia normalmente comigo, como se não existisse nenhuma barreira entre nós.

Assim que chegamos na sorveteria, acabou aquele clima tenso entre os quatro, porque meu pai tinha dado dinheiro suficiente para cada um comprar um banana split e logo ficamos mais animados e puxamos assuntos divertidos.

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Mensagem por Valéria Ter 12 Fev 2013, 22:55

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Mensagem por Convidado Dom 17 Fev 2013, 13:11

OOO Agora o grande John Lennon vai aparecer na história *O*

Capítulo 18: Ain't she Sweet?
~Pensamento John Lennon On~

Eu caminhava para o Liverpool College of Art em passos preguiçosos, enquanto observava a arquitetura do prédio, sem dar a menor atenção àquelas pessoas que iam chegando por ali alvoroçadas com seu primeiro dia de aula.

Parei a um passo da entrada e ergui os braços, dizendo:

–Atenção, Liverpool College of Art, a partir de hoje vocês têm a honra de receber o grande John Lennon!

–Sai da frente, palhaço! -Algum idiota me empurrou e eu iria mostrar a ele quem era palhaço se não tivesse perdido de vista quando ele se misturou ao resto da multidão que também entrava no prédio.

–Você é louco, oh grande John Lennon! -Um rapaz disse em tom de zoação, enquanto parava ao meu lado e olhava em todas as direções, procurando alguém. -Mas quem aqui não é? Só os loucos entram para a faculdade de arte… -Ele completou rindo e eu sabia que ele tinha mesmo razão.

–Aqui, Stu! -Alguém gritou e o rapaz que estava ao meu lado acenou para o grupo e me disse:

–Se quiser, pode se juntar a nós… É seu primeiro ano?

–Não, não… É que eu gosto de anunciar minha chegada todo ano, sabe? -Respondi sarcasticamente, diante daquela pergunta óbvia. Mas ele nem se importou, ao contrário do que boa parte das pessoas que conheço teriam feito.

–O nosso também, estudei com aqueles caras na escola e viemos todos parar aqui nesse hospício… -Ele disse rindo.

–Só os bons vêm para o hospício, meu caro Stu!

Acabei por me juntar ao grupo, já que não tinha nada melhor para fazer enquanto esperava o horário de início das aulas. Eles eram gente boa, mas não me interessei muito pelos assuntos que eles conversavam, até que todos pararam de falar só para prestar atenção em alguma coisa e também olhei naquela direção, estreitando os olhos para tentar enxergar melhor aquele grupinho de garotas que acabava de adentrar o local, a uma boa distância de nós.

Deveriam ser realmente bonitas, porque não só o nosso grupo, mas todos os garotos desacompanhados olhavam naquela direção, então eu quis apreciar cada detalhe também. Imediatamente procurei pelo meus óculos, que estavam guardados em algum bolso, como sempre. Já com os óculos, corri o olhar por cada uma, mas não consegui olhar para mais nenhuma outra quando a vi.

Como se fosse uma cena de cinema, uma trilha sonora começou a tocar na minha cabeça. Na verdade isso aconteceu porque eu tinha escutado aquela música no radio da Mimi enquanto tomava o café da manhã mas, agora que a conheci, parecia ter sido inspirada exatamente nela.

Ela olhava admirada para tudo à sua volta como eu tinha feito antes mas, ao contrário de mim, também olhava para as pessoas e logo sorriu ao reconhecer alguém do nosso grupo e acenou. O garoto retribuiu o aceno e eu esperei ansiosamente que ela também se juntasse a nós, mas não se separou de suas amigas e continuou andando.

–Você conhece aquela garota? -Perguntei, com uma expectativa incomum.

–Cynthia? Sim, ela também mora em Hoylake…

–Ah tá… –Voltei a olhar para ela -Minha nossa, não é uma perfeição? -Me me surpreendi ao repetir uma frase daquela música.(Ain't she sweet) Eu precisava cantar isso para ela algum dia.

–Bem, se você der sorte, ela pode ser tão cega quanto você e se interessar, Lennon… -Stuart brincou. Ele nunca perdia a chance de ser gozador, o que de certa forma lembrava minha maneira de ser, talvez tenha sido por isso nos demos bem assim tão rápido.

–Ninguém gosta de engraçadinhos! -Disse dando uns socos de brincadeira no braço dele e voltei a acompanhar os passos dela com o olhar, até que ela desapareceu de vista e eu disse para mim mesmo:

–Você ainda vai ser minha, Miss Hoylake!

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