Diários do apocalipse

por Igor Goulart. Qui 06 Jan 2011, 22:01

Dia 1: 21/12/2012, 23h50min

Aconteceu muito rápido eu estava fazendo hora extra no serviço, só iria sair por volta de 1 da manhã, o final do ano estava chegando e eu queria ter um pouco mais de dinheiro para as festas. Estava tudo norma, mas por volta de meia noite a lua que estava clara no céu começou a se esconder entre nuvens, cachorros latiam pela vizinhança inteira enquanto os gatos corriam para algum abrigo, parecia que eles estavam prevendo o que iria acontecer. Um brilho ofuscante surgiu no céu enquanto gritos de desespero pareciam subir da terra, eu parei completamente o que estava fazendo e parei para observar aquela luz ofuscante, porém muito bonita de lá surgiu duas asas de anjo e uma voz escoava na minha cabeça:
-Vocês não devem temer a nada, é o fim deste mundo e o começo de um novo, as boas almas serão levadas para o céu e as mas arrastadas para o abismo, porém os que decidirem ficar, breve verão o início de um novo mundo. Quem vos fala é Gabriel mensageiro dos Céus.

Então aquela luz do mesmo modo que chegou desapareceu nos céus. Da terra surgia rachaduras e vultos começaram a sair dela, a lua começara a ficar vermelha e gritos de horror surgiam, se via pessoas sendo arrastadas por vultos sombrios para dentro dessas rachaduras, então ligo a tv vendo os noticiários, neles só se fala na mesma notícia: “o anjo Gabriel apareceu e mandou uma mensagem a todos” e assim foi, de repente o prédio inteiro começa a tremer, sair na rua não era uma opção com todo aquele caos, rapidamente pego minhas coisas para tentar fugir.
De repente a janela da sala quebra e de lá surge um demônio, arrastando uma corrente com um brilho dourado, do mesmo modo parecia correr esse mesmo brilho em seu corpo, era assustador e ao mesmo tempo bonito. Ele lança a corrente em meus pés e me puxa para fora da janela, porém ao mesmo tempo surge um brilho á minha frente, quando olho vejo um anjo segurando a corrente ele então puxa uma espécie de adaga e apunhala o demônio que se torna um vulto e volta para a rachadura.

Ele olha para mim, estende a mão e diz:
-Venha, vou levar você para o céu, venha que o senhor nos aguarda
Eu pensei bem e respondi:
-Não posso meu filho está perdido por ai ele é a única coisa que me resta
O anjo então sorri e voa para o meio da cidade.
Parece que esqueci de contar, fui órfão quando garoto, mesmo assim consegui arrumar um bom emprego, me casei, porém as coisas não deram muito certo e acabei me divorciando, a única coisa que me restou foi meu filho Victor de 16 anos.
Eu então pego minhas coisas desço pelas escadas já que meu escritório fica no terceiro andar,entro no carro e saio bem rápido já que as coisas estão um caos, eu corri e cheguei rapidamente em minha casa, eu entrei, vasculhei tudo e meu filho não estava lá, as coisas estavam todas destruídas, mas achei um bilhete dele em cima da cama dizendo:

“Pai, deixei este bilhete para te avisar que eu estou bem, eu consegui fugir de um demônio que entrou aqui em casa , no momento não posso te dizer o local exato da onde estou já que não sei a hora que o senhor vai ler isso, e se vai ler isso, bom, de qualquer forma eu fugi para a igreja, mas dependendo do horário que vai estar lendo a carta posso não estar mais lá.. Abraços Victor “

Eu saio correndo e entro no carro para tentar ainda encontrar meu filho e saio dirigindo para a igreja torcendo para encontrá-lo lá, eu chego, e corro para dentro chamando por ele, mas não há ninguém lá, ouço um barulho, vindo de outra sala eu com esperança abro a porta, infelizmente quando abro a porta não vejo Victor mais sim uma espécie de gárgula que pelo que penso Victor trancou naquela sala. Eu tento fechar a porta mas ele vem voando em minha direção e arrebenta as trincas da porta, ele me pega pelos braços e me levanta e sai voando em direção a porta com uma velocidade incrível, tento me debater, mas ele me joga no chão e me arranha deixando um ferimento bem profundo, quando ele levanta as garras para me dar outro arranhão a porta da igreja se abre e um homem com um sobretudo saca uma pistola e atira três vezes no gárgula, uma bala no braço que estava levantado, uma no peito e uma na cabeça. Junto com ele entra um grupo de homens que me seguram e começam a cuidar do ferimento em meu braço. Eram um grupo de caçadores, eles barraram a porta da igreja e resolveram passar a noite lá, eu também estou aqui, como está na minha vez de vigiar eu resolvi escrever este diário para passar o tempo, bem já são 1h30min e meu turno já acabou, a única coisa que eu espero é encontrar meu filho, até a manhã talvez.