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Triunfo do mal

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Mensagem por AllysterNightwind Dom 09 Jan 2011, 18:11

As árvores com seus galhos erguidos para o céu, pareciam clamar por socorro, naquela escuridão densa e tenebrosa.
No centro da clareira ele enchia de sangue o último cálice, e se preparava para pronunciar as palavras que abririam o portal.
Ao lado, três cadáveres esfacelados jaziam com os olhos esbugalhados. A expressão de seus rostos era de incredulidade, pareciam perguntar: por que aquele destino?
Endroex contemplou tudo o que havia preparado, estava tudo certo, agora podia pronunciar com segurança aquelas palavras poderosas.
Leu bem alto...
A noite tornou-se rubra! O solo subitamente adquiriu uma umidade pastosa. Ao tentar verificar o que era aquilo embaixo de seus pés, sentiu o cheiro: era sangue.
Agora sentia alguma coisa vindo em sua direção. As árvores à sua volta estalavam sofridamente. Pareciam emitir gemidos, era como se estivessem tentando se afastar dali!
Endroex sentiu subitamente uma série de arrepios. Percebeu que estava feito, o espírito havia sido invocado, nada podia pará-lo.
No centro da clareira um redemoinho nasceu violento. O sangue que cobria o chão foi elevando-se, formando uma barreira rubra que girava a uma velocidade titânica.
Endroex contemplava extasiado o que estava acontecendo. Sentia uma energia chegando, alguma coisa que lhe provocava arrepios, mas que desejava ardentemente.
O espírito estava se aproximando, derrubando árvores e rasgando a terra. Estava sedento, seu âmago obscuro desejava alimento, sua natureza cruel desejava ardentemente devorar carne, possuir almas e matar tudo o que possuía vida.
No centro da clareira, a barreira de sangue girava tresloucadamente. Ela crescia, erguia-se para o céu, devastava tudo ao seu redor. Coloria de vermelho o tronco das árvores que eram arrancadas violentamente da terra umedecida pelo sangue que milhares de corpos jamais conseguiriam reunir.
Ali, no centro da clareira, a morte havia estabelecido sua morada. Endroex, encerrado dentro daquela parede rubra, observando como era voraz o apetite daquele redemoinho de sangue, e ouvindo o som do espírito que se aproximava, compreendeu com desespero que aquele poder jamais poderia ser seu.
Havia sido enganado, o feitiço não era para lhe dar um grande poder! O grande espírito do mal jamais dividiria seu poder com ninguém, muito menos com um mortal. O feitiço era para libertar o espírito! Pior: aquele feitiço maldito era para libertar o espírito e dar-lhe uma nova oportunidade de dominar o mundo! Tudo o que era vivo, ou seria escravo, ou seria devorado pelo espírito que se aproximava envolto em sua aura de crueldade.
Endroex caiu de joelhos sobre o chão sangrento! Subitamente sentiu a chegada do mal, a chegada da própria essência de tudo o que é detestável e nefasto. O espírito emergia da noite, das profundezas da mais terrível e épica escuridão. Ele emergiu do caos, das criptas sombrias onde se escondia o último e mais nefando mal.
Subitamente a barreira de sangue deu lugar a uma densa névoa negra, que cobriu toda a clareia e, rapidamente, foi tomando até mesmo os mais ínfimos espaços da floresta. Expandia-se numa velocidade incrível, e não demorou a devorar toda a vida! Envolveu todas as fontes de luz, deixando tudo mergulhado num negror tão funesto que toda a vida chorou sangue antes de perecer finalmente.
O caos sobreveio então! A névoa negra foi se elevando para o céu, e o lado do mundo que gozava do calor do sol foi subitamente invadido pela escuridão. A grande esfera azul tornou-se rubra, e rapidamente ficou tão negra, tão podre, tão absolutamente morta, que até mesmo a galáxia, com sua energia cósmica titânica, sentiu um desejo dorido de expulsar aquele câncer de suas entranhas.
Mas para Endroex... tudo foi pior. Sua vida não foi devorada pela voracidade do espírito. Assistiu conscientemente a morte total de tudo, a morte até mesmo do que não podia ser morto, como as pedras, que se desmancharam ao ser tocadas pela névoa negra.
Ele chorou, lamentou para o céu que não mais existia. Tentou ser morto, ser devorado por aquele mal que ele mesmo havia libertado. Mas o espírito sabia ser mais cruel, queria alimentar-se do sofrimento daquele mortal. Aprisionou Endroex no seu âmago obscuro, e o alimentou com um sangue morto, frio e pestilento. Aquele homem era agora parte da essência daquele mal, o alimentava com sua tristeza! O espírito o torturava a todo instante e... dizia interminavelmente:
— Humano, este é o poder que desejavas?!
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