O Portal

Você já passou por uma experiência em que após receber um presente de um parente ou amigo começou a ter sensações estranhas? Por mais sinistro que tenha sido, nada se compara a este presente.... Recomendo ter bastante certeza que está seguro em casa ou onde quer que esteja para ler este conto. Boa leitura e bons pesadelos!!!

O Portal –
Eu me chamo Carlos e tenho 19 anos, meu irmão Pedro tem 22 e moramos sozinhos em uma casa. Moramos sozinhos devido à proximidade com a nossa faculdade. Estudamos na mesma universidade, o que torna as coisas ainda mais fáceis. Somos bastante focados e quase nunca saímos a noite com os colegas. Às vezes eu e meu irmão assistimos alguns vídeos no Youtube ou filmes na tv. Eu um pouco menos que ele, pois sempre fico com sono e acabo dormindo ou saindo no meio do filme quando ele é meio chato.


Depois de uma semana agitada e de horas de estudo, chegou o momento mais aguardado, o aniversário de Pedro. Toda a família, junto com alguns amigos, estávamos terminando os preparativos. Na parte da tarde, no mesmo dia, amigos, parentes e até vizinhos foram a festa. No grande quintal da casa da nossa mãe, nosso lugar preferido desde bem pequenos. Todos estavam se divertindo naquela festa que, por sinal, estava ótima.


Então nosso avô por parte de pai nos chamou em separado e disse que o presente de Pedro seria entregue na nossa casa. A curiosidade foi grande, pois Pedro não ia recebê-lo na hora e nosso avô não quis contar o que era, mas ele disse que nós dois íamos aproveitar, pois ele gostava muito de nós.


Já era tarde e no final da festa ajudamos a arrumar as coisas, Pedro pegou seus presentes e fomos para casa dormir. Amanhã era sábado e nesse dia não teríamos aula. Então deitamos ansiosos, pois nosso avô disse para aguardarmos.


No dia seguinte, Pedro estava tomando banho e eu estava no meu quarto. Pensávamos que o presente não seria entregue naquele dia, pois estava ficando tarde, o que diminuiu nossa ansiedade. Já era quase 19:00 quando ouvi batidas na porta. Fui atender e um entregador perguntou por Pedro. Como ele estava no banho o entregador me deu um papel para assinar a entrega. Sabia que era o presente de nosso avô. Quando vi a caixa que ele me deu, era bem grande e já imaginava o que era pelo formato. Esperei Pedro sair do banho e chamei ele para abrir. Era o que imaginava que fosse, uma tv novinha e tinha 55 polegadas.


Pedro então abriu naquela mesma hora. Estávamos muito animados. Depois de instalar a tv decidimos comer alguma coisa e depois ver um filme. Já era de noite então decidimos ver um filme de terror. Assim não corria risco de eu acabar dormindo na metade.
Passando por alguns filmes recomendados pela própria tv vimos um filme com um título “O portal”, a capa era somente um fundo preto com letras em vermelho assustadoras. Imaginei que assim eu poderia finalmente levar um susto ou outro, quem sabe. Sempre gostei de filmes de terror, mas a maioria nunca foi tão assustadora.


Mas logo no início o filme parecia decepcionante. Cenas muito paradas e nada de bom acontecia. Nem mesmo uma ação ou um susto repentino. Como já era tarde decidi me retirar e Pedro continuou vendo, talvez na expectativa de que o filme fosse melhorar depois disso.
Como na outra semana eu teria uma prova importante decidi começar a estudar, afinal minha noite não poderia ser totalmente desperdiçada. Depois de alguns minutos e livros abertos eu comecei a escutar gritos de uma mulher e um homem. “Finalmente alguma coisa aconteceu no filme”, pensei. Mas o que eu achava estranho era que meu irmão estava rindo. “Quem dá risada um filme de terror?”, comecei a questionar. Então comecei a escutar uma mulher suplicando pela sua vida e alguns sons que não consiga identificar, talvez fosse um monstro ou uma criatura sobrenatural. Mas meu irmão continuava rindo. Quanto mais a mulher suplicava pela sua vida, mais engraçado ele achava.


Naquela altura eu já não conseguia me concentrar nos estudos e também não queria descer pra ver o filme. Eu já estava no quarto mesmo....


Continuei a ouvir alguns sons que pareciam como se alguém estivesse falando, mas somente saia um som estranho. Então cheguei perto da porta, coloquei meu ouvido para escutar melhor e tentar identificar o que aquilo poderia ser. Uma criança começou a pedir para que a criatura parasse de torturar sua mãe. “Meus olhos, meus olhos!!!”, eu conseguia ouvir os gritos da mulher. Meu coração estava acelerado com aquela situação e eu nem estava vendo, só ouvindo. No meio de um quarto escuro, iluminado apenas pela lâmpada em cima de minha escrivaninha eu escuto um barulho de algo caindo bem atrás de mim. Me virei rapidamente e meu coração batia tão forte que quase pulou pela boca. Foi quando vi Jerry nosso gato. Ele tinha derrubado um copo que eu deixei em cima da mesa. A janela estava aberta, então nem vi ele passar.


Assim, um pouco mais calmo, voltei minha atenção para meu irmão e o filme. Mas o que me deixava muito curioso entre o medo do filme e a experiência de quase morte com o susto que levei por causa do meu gato, era escutar meu irmão rindo de tudo aquilo. Ele nunca foi de rir em filmes de terror, pelo menos não nos que víamos juntos. Mas não era uma gargalhada como num filme de comédia ou um stand up. Era um riso meio estranho, o que me deixou ainda mais intrigado.


Abri então a porta e deixei Jerry sair, pois ele já estava se esfregando nas minhas pernas. A curiosidade foi maior, então eu decidi descer as escadas. Mas primeiro, assim que passei pela porta chamei o nome de meu irmão, mas ele não me atendeu. Fui até o primeiro degrau da escada e chamei seu nome novamente. Àquela altura meu coração já havia começado a acelerar novamente, eu senti um calafrio terrível e os pelos de meus braços e pernas estavam arrepiados como os de um gato.
Engoli seco e decidi descer a escada bem devagar, a casa estava uma escuridão só e eu conseguia escutar alguns barulhos vindo da parte de baixo da casa, porém Pedro não havia respondido, quando chamei por ele.


Para piorar a situação eu escutei o barulho do meu celular tocar. Eu havia deixado ele na cozinha. “Maldito Pedro”, pensei. Já era o segundo susto que eu tomava por causa daquele filme idiota que nem tinha visto.


Assim que dei de cara com a tv ela estava simplesmente aparecendo um “chiado”, como que fora do ar. Não havia imagem e nem som, só um estático. Meu irmão muito menos estava na sala, o que era bem estranho. Desliguei então a tv, foi quando novamente meu celular tocou. Fui até a cozinha, minhas pernas estavam tremendo. Eu gostava de filmes de terror, mas por algum motivo um medo muito sinistro havia se instaurado em mim. Não sei se pela casa estar praticamente no completo escuro ou pela curiosidade das risadas de meu irmão.


Quando peguei o celular era uma chamada restrita. Não sei o que aconteceu, mas quando atendi ninguém respondia. “Alô, alô?” Nada, nem mesmo um som de respiração. “Pedro, não tem graça!”, desliguei então o telefone achando que poderia ser um trote de meu irmão.
De uma forma bem devagar decidi voltar para o quarto. Subi as escadas, praticamente me esgueirando pelas paredes. Assim que cheguei no topo vi que a porta de Pedro estava entreaberta. Respirei um pouco aliviado, foi quando decidi entrar em seu quarto.


Lá estava ele, dormindo como uma pedra, o que me deixou mais tranquilo. Ele sempre teve um sono pesado e às vezes roncava. “Bom, agora está tudo certo”, pensei. Foi então que franzi minha testa e algumas perguntas começaram a vir a minha mente?
“Como ele está dormindo desse jeito se menos de 5 minutos atrás ele estava vendo tv?”, “Se não foi ele que me ligou então.... quem foi?” 


Novamente meu coração começou a acelerar e senti um frio na espinha. Nunca havia sentido tanto medo antes em toda minha vida. Minhas mãos estavam suadas e eu praticamente imóvel. Na minha cabeça eu tentava me manter calmo e procurando respostas racionais.
Foi quando então eu ouvi a porta se abrir atrás de mim lentamente. A porta de madeira estava rangendo como num filme de terror dos mais assustadores. Eu havia deixado ela encostada, então pensei ser o Jerry me dando outro susto naquele momento em que eu estava praticamente pálido.


Para não acordar meu irmão eu resmunguei bem baixinho “Jerry, meu Deus. Outro susto uma hora dessa”. Então quando eu ia virar meu pescoço em direção ao nosso gato, meu corpo congelou, eu não conseguia sentir nada, nem mesmo a minha pulsação. Se Deus for bondoso comigo, espero não ir para o inferno, porque antes mesmo que eu pudesse me virar, senti uma respiração em meu pescoço e uma leve risada.... a mesma risada que pensei ter sido de meu irmão todo esse tempo.

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Lobonegro, eu ja tive uma sensação bizarra quando ganhei um colar de um parente que não gosta tanto de mim!

Não sei como te explicar, mas eu gosto do tipo da sua narrativa pq ela é aquela coisa crescente e nada cansativa sabe? Você consegue ir cultivando o medo até na hora CERTA pra ter o climax!! Ta de parabens! eu amei o conto.

E eu cm crtz preciso voltar com o face pra te acompanhar mais de perto!!

Ótimo. A construção da história ficou excelente, meu amigo. Por favor, continue postando.

L3tsrolld!ce escreveu:Lobonegro, eu ja tive uma sensação bizarra quando ganhei um colar de um parente que não gosta tanto de mim!

Não sei como te explicar, mas eu gosto do tipo da sua narrativa pq ela é aquela coisa crescente e nada cansativa sabe? Você consegue ir cultivando o medo até na hora CERTA pra ter o climax!! Ta de parabens! eu amei o conto.

E eu cm crtz preciso voltar com o face pra te acompanhar mais de perto!!

Muitíssimo obrigado pela avaliação.
Volte mesmo com o Facebook porque hoje vai sair uma historia nova.

Gates escreveu:Ótimo. A construção da história ficou excelente, meu amigo. Por favor, continue postando.

Agradeço o feedback, pode ter certeza que irei postar outras das historias aqui.

Lobonegro, eu não sou de puxar saco! Mas me surpreendo com cada historia sua!!

Giacomo Amato escreveu:Lobonegro, eu não sou de puxar saco! Mas me surpreendo com cada historia sua!!

Muito Obrigado, fico feliz que esteja gostando. Estou desenvolvendo outra historia pra sair ainda hoje no meu facebook.