Sombras da noite (parte 3, ninguem comentou o um e o 2... q decepção)
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Sombras da noite (parte 3, ninguem comentou o um e o 2... q decepção)
No décimo segundo aniversário de Virgínia, Aristides e Simone decidiram convidar alguns amigos e familiares mais próximos para jantar, onde celebrariam o aniversário dela. Um dos casais convidados tinha um filho chamado Victor, que era um pouco alienado e estranho.
Durante o Jantar, ela sentiu um calafrio estranho, trespassar-lhe a espinha e seguidamente sentiu-se indisposta, o que a levou a pedir aos “pais” a sua permissão para sair da mesa, ao que estes aquiesceram. Virgínia subia as escadas que a levavam ao seu quarto, tencionando deitar-se, pois a sua indisposição era profunda. Sentia uma náusea agoniante, e temia já ter sofrido aquela náusea antes, embora não se lembrasse quando.
Virgínia penetrou no seu quarto, e como era hábito, deixou uma luz acesa. Deitou-se na sua cama e fitou as paredes alvas do seu quarto. Subitamente apercebeu-se da presença de alguém no quarto. Era Victor, e fitava-a com um rosto maligno, enquanto caminhava vagarosamente na sua direcção.
- Sabes, Virgíniazinha...Eu sempre gostei de ti. Agora vou papar-te!... – Rosnou Victor, com uma voz rouca e com os olhos desorbitados.
- Não te aproximes Victor, senão... – A boca de Virgínia foi tapada pelas mãos vigorosas de Victor, que a seguir a derrubou para o chão, abafando-lhe o corpo franzino, com o seu, pesado e inchado.
Em sufoco, tentou gritar, mas a mão de Victor era forte demais. Victor derrubou-a contra o soalho do seu quarto e manteve-se em cima dela, tentando violá-la.
A pobre rapariga tentava gritar e lutar, mas sentia que não tinha força suficiente para retira-lo de cima dela. Inesperadamente, os seus olhos testemunharam algo realmente sinistro, a penetrar no quarto. Não sabia o que era, mas era algo profundamente medonho. Uma sombra. Oh, sim! Uma Sombra funesta trespassara o seu aposento e dirigia-se na direcção de Victor. Era a sombra tenebrosa que vira, antes daquele homem morrer, quando atravessava a estrada. Agora prostrava-se no seu quarto e detia-se atrás do corpo Victor, que lhe pesava sobre o seu. Virgínia arrancou todas as forças das profundezas dos seus músculos, e com um safanão brusco, atirou com Victor contra a janela do seu quarto, o que fez com que este trespassasse a janela e caísse lá em baixo.
A sombra seguiu-o, arrancou-lhe a alma com uma ceifada violenta, desaparecendo por entre a bruma.
Seguidamente, a jovem deixou de ver por uns instantes, e quando voltou a abrir os olhos, apercebeu-se que estava rodeada pelas visitas lá de casa, que se demoravam à sua volta. Ouvira um pranto, vindo do andar de baixo. Eram os Pais de Victor, que choravam junto ao seu corpo inerte.
Aristides e Simone fitavam-na com uma dureza crua.
- O que lhe fizeste, Virgínia?... – Interrogou Aristides com o rosto rubro de inquietação.
Virgínia tentou responder e justificar a sua ira, perante a tentativa de violação por parte do seu agressor, mas não conseguia justificar o resto, e por isso preferiu ficar calada.
A família Fonseca viu-se rodeada de sérios problemas, depois do incidente ocorrido naquela noite funesta. Victor era um adolescente problemático. Os pais sabiam que ele era um verdadeiro predador de rapariguinhas, mas minimizavam sempre as situações, escudando-se nos seus problemas clínicos, que eram acompanhados por um prestigiado psiquiatra da cidade. Mas agora estava morto, e a noticia tinha corrido toda a região. E não será preciso ser exaustivo para referir que os negócios dos Fonsecas tinham sido afectados, após o incidente, não fossem os pais de Victor, uns dos seus melhores e mais influentes fornecedores de matéria-prima.
Um ano passou e os Fonsecas estavam a beira da ruína. Uma das suas fábricas de lanifícios abriu falência e a outra para lá caminhava. A casa estava à venda e não se afiguravam melhores dias.
Numa tarde sombria, Virgínia distraía-se numa alegre “chinchada” a uma macieira que se conservava no jardim, quando deu pela presença lúgubre e inesperada de Simone, por trás dela. Tinha um rosto pálido e um sorriso mórbido.
- Bom dia, Virgínia!... – Saudou Simone, com uma voz lúgubre.
- Bom dia, mãe... – Respondeu Virgínia, disfarçando a surpresa.
- Sabes Virgínia!... – Sussurrou Simone, que detinha ambas as mãos escondidas atrás das costas – eu já fui feliz...e agora, não sou. Aliás, eu não sei o que é ser feliz, desde que tu puseste os pés nesta casa...
Simone aproximava-se vagarosamente de Virgínia, ao mesmo tempo que ia murmurando algumas frases estranhas, até que a atacou repentinamente, enlaçando-lhe uma corda em volta do pescoço. Completamente descontrolada, tentou arrastar a garota até junto do tanque, e ali arriscou empurrá-la para baixo.
-Morre, maldita!...morre e leva os teus demónios contigo, miserável – Guinchou estridente, com uma voz rouca.
A miúda segurou-se ao pequeno mural que envolvia o tanque, e conseguiu libertar-se, atacando-a com uma pedra que escondera na sua algibeira, para atirar aos pássaros. Depois de notar que a sua opositora a soltara, Virgínia fugiu, penetrando dentro de casa. Sem perder tempo, colocou várias peças de roupa num mala e evadiu-se da residência, fugindo pelo matagal a fora, orientando-se pela berma da estrada. Sentia-se profundamente exausta, desnorteada e triste.
Ao fim de caminhar alguns quilómetros, e das bolhas começarem a magoar-lhe os pés, Virgínia decidiu acercar-se da estrada para pedir boleia. De polegar esticado para trás, e de trouxa às costas, a miúda arriscou a sua sorte.
A noite já ameaçava cobrir a planície quando um Fiat 127, cor de laranja abrandou a marcha e parou, junto à garota.
- Para onde vais?... – Perguntou um jovem, afectuosamente.
- Para longe daqui!... – Retorquiu Virgínia, com um tom seco.
O rapaz de cabelo muito claro, abriu a porta e com um aceno, convidou Virgínia a entrar.
- És de onde? – Inquiriu ele, engatando a “segunda”.
- Sou daqui perto... – Sussurrou Virgínia, laconicamente.
- Parece que estás triste!...Tiveste algum problema? – Insistiu ele, com um ar preocupado.
Virgínia reparou que o rapaz tinha uns olhos tão claros, como jamais tinha visto numa pessoa. O seu rosto era sincero. Sincero demais, diga-se!
- Como te chamas? – Interrogou ela baixinho.
- Gabriel! – Respondeu ele prontamente!
-Como o anjo! – Afirmou ela, de modo peremptório.
- Sim...como o anjo!...Estás com algum problema, não estás?...podes desabafar comigo, posso, no mínimo, ouvir-te! – Declarou Gabriel, melancolicamente.
- Sabes, há uns tempos, matei uma pessoa! – Redarguiu ela, com um ar pensativo e triste.
-Porquê que o fizeste? – Insistiu.
- Ele atacou-me, e queria fazer-me mal... – Engoliu em seco.
-...E tu, defendeste-te? – Atirou ele, como que adivinhando a resposta.
- Sim...não!...isto é... – Balbuciou Virgínia, meio confusa. As imagens palpitavam-lhe pela memória, e não a deixavam raciocinar.
-Há mais alguma coisa, Virgínia? - Insistiu Gabriel.
Escutou-se um breve silêncio, que só foi suspendido pela voz da garota.
-Eu vi uma sombra! – Foi a lúgubre resposta.
-Uma sombra? – Continuou Gabriel, surpreendido.
- Sim. Uma sombra. Mas não é uma sombra qualquer, Gabriel. É uma sombra, que antecede a morte das pessoas!... – A frase pareceu-lhe estranha, pois nunca tinha dito aquilo a ninguém.
- Uma sombra, que antecede a morte das pessoas....e tu, vê-la... – Repetiu ele, coçando ligeiramente a testa.
- Sim. Já a vi várias vezes! Primeiro sinto um tremor frio, que me trepa pela espinha. Depois, sinto a sua presença. É uma presença tenebrosa e arrepiante. Por fim, fica tudo escuro, e da escuridão sai uma sombra maligna, que trespassa a pessoa, arrancando-lhe a alma. – Ela esperava que, daquela revelação sinistra, Gabriel parasse o carro e desatasse a fugir. Mas estranhamente, ele lançou-lhe um olhar meigo e prosseguiu com o diálogo:
- Tens medo dessa sombra? – Inquiriu, enquanto os seus olhos meigos procuraram o rosto apavorado de Virgínia.
-Tenho. É mesmo algo assustador...nem tu imaginas o que sinto, quando a vejo. – Exclamou ela, entre soluços.
- E, já pensaste, que não vês essas sombras por acaso?...
- O que queres dizer? – Perguntou Virgínia, com a voz profundamente fria.
-O que eu quero dizer, é que tu tens um dom. Um dom que te foi dado por Deus, para que tu, e apenas tu, possas ver a morte a aproximar-se, antes de outra pessoa qualquer. – Afiançou Gabriel.
- O que achas que eu devia fazer, então? – Murmurou Virgínia, quase imperceptivelmente.
- Acho que podes salvar as pessoas, antes delas morrerem. Afinal, tu vês a morte a aproximar-se!...já imaginás-te que pode ser, essa a tua missão na terra?
Virgínia nunca tinha encarado o problema deste modo. Desde sempre que fora repudiada por todos, pois achavam-na Demoníaca. Uma vez, até ouvira uma das educadoras do orfanato a contar que o padre de uma paroquia tinha morrido, numa noite em que, ela ainda bebé, ficara possuída pelo Demónio. Sempre foi levada a pensar que era uma atrasada mental, com graves perturbações; mas depois de ouvir as palavras sensatas daquele rapaz belo como um anjo, sentia-se diferente. Afinal, ela tinha um dom, disse-lhe ele, e esse dom fora-lhe dado por Deus. Possuía o poder de salvar as pessoas da morte!
- É aqui que eu te deixo! – Pronunciou Gabriel subitamente, enquanto encostou o carro na berma da estrada.
- Hã?... – Suspirou Virgínia, meio aturdida. – Está bem! Obrigado pela boleia e... muito gosto em conhecer-te!
- Igualmente, Virgínia! Boa Sorte! – Exclamou ele, com um sorriso encantador.
Virgínia virou-se para observar o veículo a afastar-se, mas estranhamente, já não havia veículo nenhum. Foi como se tivesse esfumado pela bruma da noite.
Começou de novo a palmilhar, dirigindo-se em direcção a umas casas que despontavam mais à frente. Precisava de encontrar um sítio para dormir. Tinha algum dinheiro com ela, pois durante toda a sua vida na casa dos Fonsecas angariara um bom pé-de-meia. Pelo caminho, recordou-se da face de Gabriel. Era uma face harmoniosa, bem como a sua voz. Recordou-se do diálogo que ambos tiveram, e agora mais a frio, atemorizou-se ao notar que durante o mesmo, nunca dissera o seu nome a Gabriel, todavia ele sempre a tratou por Virgínia! - Como poderia ele saber o seu nome.
Durante o Jantar, ela sentiu um calafrio estranho, trespassar-lhe a espinha e seguidamente sentiu-se indisposta, o que a levou a pedir aos “pais” a sua permissão para sair da mesa, ao que estes aquiesceram. Virgínia subia as escadas que a levavam ao seu quarto, tencionando deitar-se, pois a sua indisposição era profunda. Sentia uma náusea agoniante, e temia já ter sofrido aquela náusea antes, embora não se lembrasse quando.
Virgínia penetrou no seu quarto, e como era hábito, deixou uma luz acesa. Deitou-se na sua cama e fitou as paredes alvas do seu quarto. Subitamente apercebeu-se da presença de alguém no quarto. Era Victor, e fitava-a com um rosto maligno, enquanto caminhava vagarosamente na sua direcção.
- Sabes, Virgíniazinha...Eu sempre gostei de ti. Agora vou papar-te!... – Rosnou Victor, com uma voz rouca e com os olhos desorbitados.
- Não te aproximes Victor, senão... – A boca de Virgínia foi tapada pelas mãos vigorosas de Victor, que a seguir a derrubou para o chão, abafando-lhe o corpo franzino, com o seu, pesado e inchado.
Em sufoco, tentou gritar, mas a mão de Victor era forte demais. Victor derrubou-a contra o soalho do seu quarto e manteve-se em cima dela, tentando violá-la.
A pobre rapariga tentava gritar e lutar, mas sentia que não tinha força suficiente para retira-lo de cima dela. Inesperadamente, os seus olhos testemunharam algo realmente sinistro, a penetrar no quarto. Não sabia o que era, mas era algo profundamente medonho. Uma sombra. Oh, sim! Uma Sombra funesta trespassara o seu aposento e dirigia-se na direcção de Victor. Era a sombra tenebrosa que vira, antes daquele homem morrer, quando atravessava a estrada. Agora prostrava-se no seu quarto e detia-se atrás do corpo Victor, que lhe pesava sobre o seu. Virgínia arrancou todas as forças das profundezas dos seus músculos, e com um safanão brusco, atirou com Victor contra a janela do seu quarto, o que fez com que este trespassasse a janela e caísse lá em baixo.
A sombra seguiu-o, arrancou-lhe a alma com uma ceifada violenta, desaparecendo por entre a bruma.
Seguidamente, a jovem deixou de ver por uns instantes, e quando voltou a abrir os olhos, apercebeu-se que estava rodeada pelas visitas lá de casa, que se demoravam à sua volta. Ouvira um pranto, vindo do andar de baixo. Eram os Pais de Victor, que choravam junto ao seu corpo inerte.
Aristides e Simone fitavam-na com uma dureza crua.
- O que lhe fizeste, Virgínia?... – Interrogou Aristides com o rosto rubro de inquietação.
Virgínia tentou responder e justificar a sua ira, perante a tentativa de violação por parte do seu agressor, mas não conseguia justificar o resto, e por isso preferiu ficar calada.
A família Fonseca viu-se rodeada de sérios problemas, depois do incidente ocorrido naquela noite funesta. Victor era um adolescente problemático. Os pais sabiam que ele era um verdadeiro predador de rapariguinhas, mas minimizavam sempre as situações, escudando-se nos seus problemas clínicos, que eram acompanhados por um prestigiado psiquiatra da cidade. Mas agora estava morto, e a noticia tinha corrido toda a região. E não será preciso ser exaustivo para referir que os negócios dos Fonsecas tinham sido afectados, após o incidente, não fossem os pais de Victor, uns dos seus melhores e mais influentes fornecedores de matéria-prima.
Um ano passou e os Fonsecas estavam a beira da ruína. Uma das suas fábricas de lanifícios abriu falência e a outra para lá caminhava. A casa estava à venda e não se afiguravam melhores dias.
Numa tarde sombria, Virgínia distraía-se numa alegre “chinchada” a uma macieira que se conservava no jardim, quando deu pela presença lúgubre e inesperada de Simone, por trás dela. Tinha um rosto pálido e um sorriso mórbido.
- Bom dia, Virgínia!... – Saudou Simone, com uma voz lúgubre.
- Bom dia, mãe... – Respondeu Virgínia, disfarçando a surpresa.
- Sabes Virgínia!... – Sussurrou Simone, que detinha ambas as mãos escondidas atrás das costas – eu já fui feliz...e agora, não sou. Aliás, eu não sei o que é ser feliz, desde que tu puseste os pés nesta casa...
Simone aproximava-se vagarosamente de Virgínia, ao mesmo tempo que ia murmurando algumas frases estranhas, até que a atacou repentinamente, enlaçando-lhe uma corda em volta do pescoço. Completamente descontrolada, tentou arrastar a garota até junto do tanque, e ali arriscou empurrá-la para baixo.
-Morre, maldita!...morre e leva os teus demónios contigo, miserável – Guinchou estridente, com uma voz rouca.
A miúda segurou-se ao pequeno mural que envolvia o tanque, e conseguiu libertar-se, atacando-a com uma pedra que escondera na sua algibeira, para atirar aos pássaros. Depois de notar que a sua opositora a soltara, Virgínia fugiu, penetrando dentro de casa. Sem perder tempo, colocou várias peças de roupa num mala e evadiu-se da residência, fugindo pelo matagal a fora, orientando-se pela berma da estrada. Sentia-se profundamente exausta, desnorteada e triste.
Ao fim de caminhar alguns quilómetros, e das bolhas começarem a magoar-lhe os pés, Virgínia decidiu acercar-se da estrada para pedir boleia. De polegar esticado para trás, e de trouxa às costas, a miúda arriscou a sua sorte.
A noite já ameaçava cobrir a planície quando um Fiat 127, cor de laranja abrandou a marcha e parou, junto à garota.
- Para onde vais?... – Perguntou um jovem, afectuosamente.
- Para longe daqui!... – Retorquiu Virgínia, com um tom seco.
O rapaz de cabelo muito claro, abriu a porta e com um aceno, convidou Virgínia a entrar.
- És de onde? – Inquiriu ele, engatando a “segunda”.
- Sou daqui perto... – Sussurrou Virgínia, laconicamente.
- Parece que estás triste!...Tiveste algum problema? – Insistiu ele, com um ar preocupado.
Virgínia reparou que o rapaz tinha uns olhos tão claros, como jamais tinha visto numa pessoa. O seu rosto era sincero. Sincero demais, diga-se!
- Como te chamas? – Interrogou ela baixinho.
- Gabriel! – Respondeu ele prontamente!
-Como o anjo! – Afirmou ela, de modo peremptório.
- Sim...como o anjo!...Estás com algum problema, não estás?...podes desabafar comigo, posso, no mínimo, ouvir-te! – Declarou Gabriel, melancolicamente.
- Sabes, há uns tempos, matei uma pessoa! – Redarguiu ela, com um ar pensativo e triste.
-Porquê que o fizeste? – Insistiu.
- Ele atacou-me, e queria fazer-me mal... – Engoliu em seco.
-...E tu, defendeste-te? – Atirou ele, como que adivinhando a resposta.
- Sim...não!...isto é... – Balbuciou Virgínia, meio confusa. As imagens palpitavam-lhe pela memória, e não a deixavam raciocinar.
-Há mais alguma coisa, Virgínia? - Insistiu Gabriel.
Escutou-se um breve silêncio, que só foi suspendido pela voz da garota.
-Eu vi uma sombra! – Foi a lúgubre resposta.
-Uma sombra? – Continuou Gabriel, surpreendido.
- Sim. Uma sombra. Mas não é uma sombra qualquer, Gabriel. É uma sombra, que antecede a morte das pessoas!... – A frase pareceu-lhe estranha, pois nunca tinha dito aquilo a ninguém.
- Uma sombra, que antecede a morte das pessoas....e tu, vê-la... – Repetiu ele, coçando ligeiramente a testa.
- Sim. Já a vi várias vezes! Primeiro sinto um tremor frio, que me trepa pela espinha. Depois, sinto a sua presença. É uma presença tenebrosa e arrepiante. Por fim, fica tudo escuro, e da escuridão sai uma sombra maligna, que trespassa a pessoa, arrancando-lhe a alma. – Ela esperava que, daquela revelação sinistra, Gabriel parasse o carro e desatasse a fugir. Mas estranhamente, ele lançou-lhe um olhar meigo e prosseguiu com o diálogo:
- Tens medo dessa sombra? – Inquiriu, enquanto os seus olhos meigos procuraram o rosto apavorado de Virgínia.
-Tenho. É mesmo algo assustador...nem tu imaginas o que sinto, quando a vejo. – Exclamou ela, entre soluços.
- E, já pensaste, que não vês essas sombras por acaso?...
- O que queres dizer? – Perguntou Virgínia, com a voz profundamente fria.
-O que eu quero dizer, é que tu tens um dom. Um dom que te foi dado por Deus, para que tu, e apenas tu, possas ver a morte a aproximar-se, antes de outra pessoa qualquer. – Afiançou Gabriel.
- O que achas que eu devia fazer, então? – Murmurou Virgínia, quase imperceptivelmente.
- Acho que podes salvar as pessoas, antes delas morrerem. Afinal, tu vês a morte a aproximar-se!...já imaginás-te que pode ser, essa a tua missão na terra?
Virgínia nunca tinha encarado o problema deste modo. Desde sempre que fora repudiada por todos, pois achavam-na Demoníaca. Uma vez, até ouvira uma das educadoras do orfanato a contar que o padre de uma paroquia tinha morrido, numa noite em que, ela ainda bebé, ficara possuída pelo Demónio. Sempre foi levada a pensar que era uma atrasada mental, com graves perturbações; mas depois de ouvir as palavras sensatas daquele rapaz belo como um anjo, sentia-se diferente. Afinal, ela tinha um dom, disse-lhe ele, e esse dom fora-lhe dado por Deus. Possuía o poder de salvar as pessoas da morte!
- É aqui que eu te deixo! – Pronunciou Gabriel subitamente, enquanto encostou o carro na berma da estrada.
- Hã?... – Suspirou Virgínia, meio aturdida. – Está bem! Obrigado pela boleia e... muito gosto em conhecer-te!
- Igualmente, Virgínia! Boa Sorte! – Exclamou ele, com um sorriso encantador.
Virgínia virou-se para observar o veículo a afastar-se, mas estranhamente, já não havia veículo nenhum. Foi como se tivesse esfumado pela bruma da noite.
Começou de novo a palmilhar, dirigindo-se em direcção a umas casas que despontavam mais à frente. Precisava de encontrar um sítio para dormir. Tinha algum dinheiro com ela, pois durante toda a sua vida na casa dos Fonsecas angariara um bom pé-de-meia. Pelo caminho, recordou-se da face de Gabriel. Era uma face harmoniosa, bem como a sua voz. Recordou-se do diálogo que ambos tiveram, e agora mais a frio, atemorizou-se ao notar que durante o mesmo, nunca dissera o seu nome a Gabriel, todavia ele sempre a tratou por Virgínia! - Como poderia ele saber o seu nome.
jennyh!- Número de Mensagens : 103
Idade : 26
Localização : onde eu moro
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Data de inscrição : 01/09/2010
Re: Sombras da noite (parte 3, ninguem comentou o um e o 2... q decepção)
Amiga divina história, parabens essa merece um troféu, não tenho palavras é completa, conta de tudo um pouco na tragetoria da vida dessa pobre criança virginia, que sofreu por ter um dom de Deus.
Beijos e até a proxima.
Beijos e até a proxima.
Karla Francesca- Número de Mensagens : 1214
Idade : 46
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Data de inscrição : 29/06/2010
Re: Sombras da noite (parte 3, ninguem comentou o um e o 2... q decepção)
obg karla!! vc foi a única q comentou...
jennyh!- Número de Mensagens : 103
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Re: Sombras da noite (parte 3, ninguem comentou o um e o 2... q decepção)
Jennyh acho que a truminha deve entrar mas final de semana a ler.
Eu mesma não tenho muito tempo dia de semana, mas essa história é maravilhosa mesmo. Não fique triste tenho certeza que eles vão ler, mas adiante.
Eu mesma não tenho muito tempo dia de semana, mas essa história é maravilhosa mesmo. Não fique triste tenho certeza que eles vão ler, mas adiante.
Karla Francesca- Número de Mensagens : 1214
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Data de inscrição : 29/06/2010
Re: Sombras da noite (parte 3, ninguem comentou o um e o 2... q decepção)
genteeh! é grande mas vale a penaa! prometooh!! coment's please!
jennyh!- Número de Mensagens : 103
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Data de inscrição : 01/09/2010
Re: Sombras da noite (parte 3, ninguem comentou o um e o 2... q decepção)
Sim vale mesmo eu nao esqueci desde que li, a histpria é perfeita, temos que fazer um abaixo assinado pra a turma ler amiga.
Karla Francesca- Número de Mensagens : 1214
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Re: Sombras da noite (parte 3, ninguem comentou o um e o 2... q decepção)
:O eu to amandoooo to correndo pra ler o final !!
Jú- Número de Mensagens : 278
Localização : Em um lugar que todos conhecem . . . mas poucos foram
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Data de inscrição : 27/04/2010
Re: Sombras da noite (parte 3, ninguem comentou o um e o 2... q decepção)
Putz a história é muito grande maais é até boa...
Chris- Número de Mensagens : 91
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Data de inscrição : 15/04/2010
Bianca Amato- Número de Mensagens : 6417
Idade : 24
Localização : Bh :3
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Data de inscrição : 24/08/2010
Re: Sombras da noite (parte 3, ninguem comentou o um e o 2... q decepção)
amor, sua história é excelente!
Merece um prêmio de melhor história!
Desculpa por não ler tua história antes,tá?
Vou passar agora a ler e comentar todas as tuas histórias!
Merece um prêmio de melhor história!
Desculpa por não ler tua história antes,tá?
Vou passar agora a ler e comentar todas as tuas histórias!
Master_Mackenzie- Número de Mensagens : 5284
Idade : 24
Localização : Na minha ksa O/
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Data de inscrição : 14/06/2010
Re: Sombras da noite (parte 3, ninguem comentou o um e o 2... q decepção)
nossa, eu to amando!!!
Queroo ver como a história terminaa!
Queroo ver como a história terminaa!
*Rafa*- Número de Mensagens : 168
Idade : 25
Localização : MuNdOuo ImaGiNAriO
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Data de inscrição : 25/06/2010
Re: Sombras da noite (parte 3, ninguem comentou o um e o 2... q decepção)
Lindo VOU LEr ja ja ja o final ta ficando muito boa!
Re: Sombras da noite (parte 3, ninguem comentou o um e o 2... q decepção)
Mandou bem jheny, Parabéins.
Oque tem de grande essa história, tem de bom.
Congratullation.
Oque tem de grande essa história, tem de bom.
Congratullation.
Wrttyn Williser- Número de Mensagens : 387
Idade : 30
Localização : Campinas / Sp
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Data de inscrição : 04/08/2010
Re: Sombras da noite (parte 3, ninguem comentou o um e o 2... q decepção)
lgalll a historia
to indo le a ultima parte
xXMatheusXx- Número de Mensagens : 638
Localização : Raccoon city
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Re: Sombras da noite (parte 3, ninguem comentou o um e o 2... q decepção)
Eii, continuua, falando maiis sobre a viida da Virginiia!
Tipoo, vc podiia fazeer ela teer um namooradoo, e elaa salvaar ele e teer ficadoo inimiiga da soombra..Ah, sei la.
Só CONTINUA!
Ótiii[...]mo!
Tipoo, vc podiia fazeer ela teer um namooradoo, e elaa salvaar ele e teer ficadoo inimiiga da soombra..Ah, sei la.
Só CONTINUA!
Ótiii[...]mo!
Srtª Milena- Número de Mensagens : 224
Idade : 28
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Data de inscrição : 21/08/2010
Master_Mackenzie- Número de Mensagens : 5284
Idade : 24
Localização : Na minha ksa O/
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