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Estranhos Assassinatos - Parte 3

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Estranhos Assassinatos - Parte 3 Empty Estranhos Assassinatos - Parte 3

Mensagem por Master Vaguinare Sex 10 Ago 2012, 15:36

As semanas de férias chegaram gloriosamente, como ondas de um mar a ressaltar sua beleza por meio de suas ondulações maravilhosas e fascinantes.Pude observar a alegria de Otto ter passado para a terceira série com notas brilhantes, que cintilavam os olhos de Anneliese, como um névoa passageira e pouco devastadora, descobri alguns fascínios do menino, ele não jogava futebol, e amava com olhos observadores rosas avermelhadas, que a mãe usava e o perfume com um aroma estoneante que o lembravam de sua mãe, que estava de viagem a negócios em Nova York, e o pai que abandonara a família e se enamorava de outra mulher, pedindo um divórcio definitivo pelos desentendimentos constantes e Otto era assim exatamente por isso, ele queria esconder toda a sua amargura com um falso sorriso de satisfação a iluminar-lhe o rosto, com as covinhas se destacando no sorriso enorme que expressavam toda a sua tristeza mas que se tornavam reais desde o momento em que conhecera Anneliese, a quem dava toda a atenção, mas falava pouco com ela, além desses fascínios, ele gostava de matemática e sempre perguntava equações e normalmente acertava todas, era o representante de uma classe esnobe e sedentária, pouco interessada e cheia de ódio e ciúme do menino que se elevava cada vez mais, o que era resultado de desacordos constantes, e ele saía isento de todas as discussões referentes á ele com vitória e razão.Logo depois de passar por um shopping, compramos os livros de álgebra, lápis e cadernos, para sua ocupação nas férias de um mês que teve. Nos hospedamos numa casinha simples, com três cômodos e conhecemos a família Novaes, que tinha duas filhas, Larissa e Elisabete, gêmeas de oito anos e Otto passou a brincar com as duas, e outra família juntou-se a nós, dessa vez um casal com apenas um filho único, Samuel que Otto já vira em sua escola antes, mas não dissera nada a respeito do tal Samuel, mas Samuel nem Otto se olhavam, sentia como se desafiassem e brigassem com os olhos de vingança, o que me deixava atordoada. Anneliese gostou de conhecer a segunda família, a Silva, já que Samuel era o amigo ideal para Otto, mas Otto recusava-se constantemente de querer ficar o mais longe possível dele, de início Anna Luísa(Anneliese é seu apelido), protestara mas por fim cedera aos caprichos de Otto, o menino bem-educado. Eu e Anneliese conversamos com os Silva e os Novaes sobre o comportamento reservado de Otto e eles disseram surpresos: - Crianças como ele são raros de se ver! - exclamou o sr.Silva, surpreso
- Bom.... isso irá passar, mas por horas devemos deixá-los acomodados, eles se tornarão amigos, tenho certeza. - indagou a sra.Silva, faladora como sempre.
- Eu espero, mas ele é assim desde bem criança. - falei.
- Não é anormal, existem crianças pouco comunicativas, mas e os pais dele? - perguntou o sr.Silva
- Faleceram quando era pequeno. - mentiu Anna Luísa.
- Lamentamos o ocorrido - disse a sra.Silva, com empatia e segurança, trazendo-nos um pouco de desconforto.
- Está tudo bem... ele já superou. - disse eu.
Por mais que nós duas nos sentíssemos bem á vontade com aquele casal, não sabíamos de fato quem eles eram, por isso procurávamos sondá-los mas víamos que isso não funcionava muito. Nossa cabeça era limitada para idéias, éramos muito burras para esse tipo de coisa, mas sentíamos que divíamos falar mais com eles.
- Otto é um bom garoto, ele é tão amável! - exclamou Anna Luísa alegremente
- Também acho isso, só é muito quieto. - respondi eu.
- Isso passa, e ele vai se entrosar com um bocado de garotas. - respondeu o sr.Silva zombeteiramente
- Ele não é acostumado na presença de menininhas infantis. - disse eu.
- Mas.... ele é novo demais, devemos deixá-lo bem á vontade, ainda tem muitas duras batalhas na vida. - disse a sra.Silva.
- Acho o mesmo. - respondeu Anna Luísa.
Nós fomos almoçar e chamamos Otto para brincar com as crianças, e ele hesitou de início, mas cedeu com a insistência de Anna Luísa, que o olhava com favor, e ele obedeceu como um soldado. Otto gostou de brincar e passou horas com Elisabete, que tinha mais ou menos a idade dele, e um pouco com Larissa, que pouco gostava, já que tinha uma personalidade aberta e brincalhona o suficiente, para ele. às sete da noite fomos dormir e Otto implorou para que eu lesse uma pequena história de matemática a ele. Depois de uma corajosa insistência, resolvi ler, e ele me olhava com os óculos bem erguidos com o rosto de um anjo e olhar de um pirralho modesto. A história falava sobre um garoto que lutava para que os pais não se separassem e contava de três até sete, para mudar tudo, com sua matemática, mudar todos os acontecimentos e horas, fazer com que os pais dessem mais atenção ao calado e esforçado menino, que era o melhor da classe estudantil. Entretanto seus esforços foram em vão, enfurecendo sua mãe e pai, que o abandonaram e ele nunca mais fora criado, mas ele sempre conta de três a sete para que tudo mude, e assim a história termina. Mas, em vez de Otto ficar pensativo, me abraçou e agradeceu por ter contado a história novamente demonstrando passagens que ele não entendia, enfim, consegui que ele ficasse dormindo em sua cama, mas ele pediu que eu fosse conversar com ele e eu fui até lá. Ele me perguntou, angustiado:
- Por que ele contava de três até sete?
- Bom, para que tudo melhorasse,querido.
- Mas, por que não melhorava,prima?
- Não sei, meu anjo. Simplesmente por que era invenção da cabeça do garoto, que nem as suas.
- Hm... sei, isso é coisa de criança.
- Sim, como você.
Ele se recostou na cadeira e ficou boquiaberto, esperando que fosse entendido como uma pessoa, não apenas como uma criança. Esperei até que seus pensamentos processassem e Anna Luísa apareceu na porta, e perguntou:
- Até quando vocês vão ficar aí?
- Espere um pouco, Anne.
- Está bem. Tchau.
- Adeus.
De novo ele consertou á postura e me observou atentamente e finalmente perguntou:
- Mas, por que ele não contava de um a sete?
- Ele achava bom assim.
- Mas, quero dizer.... ele teria de contar do modo crescente...
- È,sim. Mas ele quis assim.
- Isso aconteceu realmente? - perguntou.
- Não, Otto. È uma estória fictícia.
- Hm.... e se ele existir realmente? Se ele estiver sozinho e assustado?
- È claro que não está,Otto.
Esperei até que ele me perguntasse algo, mas desisti por sua quietude intensa, e beijei-o na testa, e ele acordou. Então, perguntou:
- Tem certeza?
- Como assim,Otto?
- Bom, não acha que essa história não seja mais do que mera ficção... se parece tanto com a minha, você sabe...
Abracei-o e o apertei sabendo que ele estava certíssimo e disse:
- Não, Otto, você não é esse garoto.
- Está bem! Obrigada!
Levantei-me devagar e fui beber um pouco de vinho, o suficiente para mim, enquanto pensava no que ele dissera. Mas rapidamente apaguei qualquer pensamento infantil como o dele e fui deitar-me. Sabia que a manhã seria cansativa....


Última edição por Missy Jimmy em Sex 10 Ago 2012, 15:45, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Um Pequeno Erro)
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